O elemento mais leve da tabela periódica tornou-se o mineral de maior peso geoestratégico para a América do Sul no século XXI. Quando mencionado, costuma-se utilizar conceitos como “novo ouro branco”, matéria-prima do amanhã, El Dorado do presente. Talvez não se trate apenas de hipérboles. Esse mineral, cujo preço não para de subir, é essencial para uma transição energética que permita reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Tanto é assim que já é visto como o futuro “gerador de problemas” na cena internacional. A chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, general Laura Richardson, não deixou de percorrer o Cone Sul várias vezes neste primeiro trimestre, quase cruzando com as visitas do chanceler alemão, Olaf Scholz, que esteve na região entre janeiro e fevereiro. O que os preocupa é a liderança que o competidor mais incômodo tomou.[1] Depois de duas décadas de trabalho silencioso, a China conseguiu uma liderança confortável:…