O vínculo com o movimento social
A participação da Confederação Geral das cooperativas francesas na fundação do ATTAC marcou uma mudança importante para o movimento cooperativoJean-Loup Motchane
Há na França, 1.400 sociedades cooperativas de produção (Scop), que empregam 30 mil assalariados acionistas. É o caso, por exemplo, do jornal Alternatives Économiques. Seu capital, inalienável, provém majoritariamente dos assalariados associados, que controlam a empresa segundo o princípio de um voto por associado. No momento, essas sociedades representam apenas uma pequena parte do movimento de cooperativas: bancos cooperativados, cooperativas agrícolas, cooperativas de crédito, cooperativas de compras. Porém, seu último congresso, realizado em Lille, em janeiro de 2000, revelou vontade de desenvolvimento — multiplicar por dez o número de cooperados — e de renovação: criação de uma nova estrutura jurídica, a “sociedade cooperativa de interesse coletivo com finalidade social” (Scic), que permitirá associar, como no modelo italiano, múltiplos parceiros, usuários, assalariados e voluntários.
Para Michèle Dessenne, responsável pela moção majoritária no congresso de Lille, a participação da Confederação Geral das Scop na fundação do ATTAC (Associação pela Taxação das Transações Financeiras em Auxílio dos Cidadãos), em junho de 1998, marcou uma mudança significativa para o movimento cooperativo: “Trata-se de uma afirmação política e de uma vontade de criar laços com o movimento social. Na realidade o movimento das Scop questiona, concretamente, no interior da sociedade de mercado, a concepção liberal da propriedade e da gestão do capital.”
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