Os 50 anos do golpe no Uruguai
Sempre houve resistência durante os onze anos da ditadura civil-militar
Com o estilo levemente ondulado que caracteriza o relevo do país, a oposição uruguaia propôs no Parlamento que duas datas ligadas à luta pelos direitos humanos fossem declaradas, apenas para este ano, feriados [1]. Uma intenção minimalista que nasceu com plena consciência de sua impossibilidade. Os cinquenta anos do golpe de Estado de 27 de junho de 1973, que instalou uma ditadura civil-militar que durou até 1º de março de 1985, não foram suficientes para convencer a atual situação de centro-direita. Talvez porque o peso do fator “direita” sobre o “centro” na coalizão multicolor, que levou Luis Lacalle Pou à presidência em novembro de 2019, seja fundamental para a “batalha cultural” com a qual se pretende disputar a hegemonia que, segundo essa sensibilidade política, a esquerda construiu nos três governos da Frente Ampla (2005-2019). Uma trama que iria desde a cultura até os chamados direitos de terceira geração (legalização do…