Os aprendizes de feiticeiro do genoma
Atualmente, uma panóplia de instrumentos permite resolver problemas de biologia básica com aplicações na medicina, agricultura e meio ambiente. Mas a edição genômica e as novas técnicas em matéria genética levantam questões de ética e biossegurança que exigem, como nunca, um debate cidadão e uma regulamentação internacional
A tecnologia avança mais depressa que nossa capacidade de avaliar a relação entre seus benefícios potenciais e seus perigos. Antecipamos mal os riscos ligados à utilização das novas ferramentas moleculares ou as possíveis consequências da disseminação de organismos vivos geneticamente modificados (OGMs) em um ecossistema. As implicações científicas e éticas ligadas a essas perturbações dependem de fatores a tal ponto complexos que muito poucos cientistas estão suficientemente qualificados nos diferentes campos do vasto leque de biotecnologias para compreender e avaliar todas as suas possíveis consequências. Os pesquisadores nem sempre dispõem do recuo necessário para apreciar as implicações dos experimentos que propõem, enquanto as pressões aumentam para que se tornem ao mesmo tempo produtores de resultados científicos, inventores de tecnologias para o mercado e diretores de pesquisa em busca permanente de financiamento. Depois dos primeiros trabalhos sobre o DNA, a história da biologia molecular ficou balizada por descobertas que permitem intervenções…