Os problemas com a dolarização da economia argentina
Embora possa contribuir para estabilizar a economia no curto prazo, as consequências da dolarização são negativas: valorização da taxa de câmbio, estrangulamento da estrutura produtiva, um Estado incapaz de manobrar em crises e, a longo prazo, a adoção de “quase-moedas”
A dolarização da economia argentina pode parecer um debate meramente conjuntural, um sucesso na determinação da agenda pública por parte de um personagem que, em um país normal, não seria nada mais do que um marginal, como é o caso do novo emergente da extrema direita construído sobre uma pilha de milhares de horas na mídia, o candidato libertário Javier Milei. Esse é o problema da criação de “frankensteins”: eles podem ganhar vida e se tornar difíceis de controlar. No entanto, não é apenas pela imaginação das figuras (já não tão) novas e grotescas da política que a dolarização volta a estar na agenda pública. Não é uma ideia nova, mas sim um novo capítulo da eterna montanha-russa na qual a história econômica argentina parece ter caído, com problemas que ressurgem repetidamente e aos quais se tenta combater, também repetidamente, com fórmulas que já falharam no passado. Antecedente: a…