Para seguir em frente
A falta de tradição para formar uma frente de esquerda duradoura no Brasil vem de muito tempo
No debate sobre os caminhos de superação da catástrofe política na qual vivemos desde 2016, há algumas disjuntivas relevantes que dificultam constituir frentes com partidos e movimentos, em todos os sentidos. Uma dessas disjuntivas é sobre quem ou o que é o “inimigo principal”, se Bolsonaro, Bolsonaro e Mourão (a chapa) ou o bolsonarismo. Outra é o debate em torno de frente ampla e frente de esquerda. E ainda se o golpe de 2016 abriu ou não o caminho para o governo bolsonarista. Tudo isso e muito mais erige barreiras desafiadoras no debate entre lideranças partidárias, sindicais, analistas políticos, no interior e entre diversas organizações políticas dos movimentos sociais, e expressa-se até mesmo num debate sobre eixos do 8 de Março, em que se espera unidade forte. Na perspectiva de onde vejo, situada no movimento feminista, o dilema tem origem nas práticas e na cultura política das esquerdas, mas também…