Partido Verde, o motor do militarismo alemão
Recessão econômica, ascensão da extrema direita, política externa errática: a Alemanha chega em crise às eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro. Favoritos, os conservadores devem precisar compor com os sociais-democratas e talvez também com os Verdes. Este partido, antes pacifista, surge agora como a ponta de lança do novo belicismo alemão
A estabilidade, virtude cardinal da Alemanha, já não é o que era. Uma crise política precipitou a convocação de eleições antecipadas, marcadas para 23 de fevereiro, enquanto a recessão abala há dois anos a maior economia do continente europeu. Duramente atingida pela alta dos preços da energia em consequência das sanções europeias contra a Rússia, a indústria alemã sofre uma síncope: grandes grupos, como a Volkswagen, anunciam cortes de dezenas de milhares de empregos; o número de falências atinge o nível mais alto desde a crise financeira de 2008; e a desindustrialização ameaça o país. Em novembro de 2024, a coalizão formada por sociais-democratas (SPD), Verdes (Die Grünen) e liberais (FDP) se desfez durante a elaboração do orçamento de 2025. A questão do financiamento do envio de armas à Ucrânia desempenhou papel importante. O rearmamento maciço pesa, de fato, nas finanças. Após a alocação de 100 bilhões de euros em…