Por que Lula girou ao centro?
O PT e seu candidato decidiram por concluir um giro ao centro, calculando que essa política multiplicaria as chances de vitória, até mesmo no primeiro turno
Uma aliança inusitada talvez seja o fato político mais marcante da campanha presidencial brasileira. Anunciado em abril, foi surpreendente o acordo entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e um dos líderes históricos do PSDB, vanguarda das forças conservadoras até 2018. Com a eleição de Jair Bolsonaro, essa legenda foi quase reduzida a pó e sucumbiu a intermináveis lutas internas. Indisposto com essa situação, Alckmin mudou de bandeira e ingressou no PSB, de centro-esquerda, como parte de uma negociação que lhe daria a vaga de vice-presidente na chapa comandada pelo líder histórico do PT. A principal agremiação da esquerda brasileira já havia encabeçado coalizões heterodoxas no passado, com partidos de centro e direita. Aliás, o principal articulador do golpe parlamentar que derrubou a presidenta Dilma Rousseff em 2016, Michel Temer, segundo na linha sucessória, era um dos chefes do PMDB e tinha…