Por que os poloneses votam à direita
A eleição do nacionalista ultraconservador Karol Nawrocki à presidência da Polônia revela uma forte polarização política e o avanço da extrema direita. Além disso, a possibilidade de o chefe de Estado utilizar o direito de veto anuncia relações tensas com o primeiro-ministro liberal e europeísta, Donald Tusk, que retornou ao poder em outubro de 2023, mas parece distante das demandas das classes populares
Um ano e meio após perder as eleições legislativas, o partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS) manteve a presidência da República com a apertada vitória de Karol Nawrocki, com 50,9% dos votos, sucedendo a Andrzej Duda. A derrota do prefeito de Varsóvia, Rafal Trzaskowski – apoiado pela Coalizão Cívica e pelo primeiro-ministro Donald Tusk – pode tornar ainda mais difícil a convivência no alto escalão e bloquear as principais reformas do governo liberal, fruto de uma aliança que vai da centro-direita à esquerda. No primeiro turno, a ascensão de candidatos mais à direita que o próprio PiS também se destacou: Slawomir Mentzen, da formação de extrema direita Confederação (Konfederacja), obteve 14,8% dos votos, e o monarquista Grzegorz Braun, 6,3%. Ampliado à direita, o Lei e Justiça pode se distanciar da linha “social” que orientou várias leis estabelecidas entre 2015 e 2023. Seu carro-chefe continua sendo o programa 500+ – benefício…