Por um sistema tributário a favor do Brasil
A estrutura tributária brasileira afeta desproporcionalmente os mais pobres por causa do alto peso dos impostos indiretos. A classe média também sofre com a regressividade. Por outro lado, os mais ricos se beneficiam significativamente do sistema tributário, dotado de instrumentos que isentam as altas rendas e parcelas relevantes das rendas de capital de tributação
O Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, tem um sistema tributário condizente, profundamente injusto e um dos mais regressivos do planeta. É um sistema no qual milionários pagam menos imposto de renda que professores, enfermeiras ou assistentes sociais. Mais metade da carga tributária se concentra em tributos sobre bens e serviços, impostos indiretos que pesam mais sobre os mais pobres: famílias com renda per capita de até um quinto de salário mínimo (R$ 212,02) têm uma carga de tributos indiretos de 21,2%; famílias com renda per capita acima de 5,8 salários mínimos (R$ 7.717), de 7,8%. O sistema tributário do Brasil sofreu transformações consideráveis desde a Proclamação da República, em 1889, refletindo as mudanças socioeconômicas e políticas do país. Inicialmente, com a Constituição de 1891, o país adotou um modelo liberal, com baixa intervenção estatal, e um sistema tributário focado em impostos diretos, abarcando tributos sobre importações, exportações,…