Potência e prudência do Hezbollah no Líbano
Responder aos bombardeios do Exército de Tel Aviv contra a população civil libanesa atingindo localidades israelenses até então poupadas pelos tiros de suas tropas. Essa ameaça recorrente de Hassan Nasrallah, o chefe do Hezbollah, dá a medida do aumento das tensões no País dos Cedros. A população, por sua vez, oscila entre o apoio aos palestinos e a rejeição de uma nova guerra
Uma cerca divide ao meio o pátio da escola secundária Al-Takmeleye, em Tiro, cidade costeira do sul do Líbano. De um lado, crianças brincam de futebol antes do toque do sinal, despreocupadas. Do outro, deslocados dos vilarejos fronteiriços com Israel definham em salas de aula transformadas em abrigos improvisados. Naama T. vive com a mãe e quatro irmãs em uma dessas salas, enquanto o pai, criador de gado, ficou em Boustane com o filho mais velho e os animais, apesar das bombas: “Tínhamos quatrocentas cabras, apenas cem sobreviveram aos bombardeios ou à poluição causada pelo fósforo. Perdemos quase tudo, mas precisamos ser fortes”, conta a jovem de 26 anos. Boustane é um dos cinco vilarejos fronteiriços cujos bairros residenciais sofreram ataques com fósforo branco do Exército israelense. Em um relatório publicado em junho, a Human Rights Watch denunciou o crime de guerra.1 Em uma sala adjacente com paredes descascadas, a…