Qual desenvolvimento queremos?
No Brasil, neste primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula, retoma-se a cooperação com os países do Sul global, em especial os vizinhos sul-americanos. Nesse âmbito, estão os processos de integração da região. Não se trata somente de colocar em pauta interesses comuns e problemas que requerem soluções coletivas, mas sobretudo de lançar uma estratégia de negociação em bloco
Cooperação e integração andam juntas. Uma integração dos países da América do Sul suscita cooperação em diferentes agendas, atores e níveis e, quase sempre, envolve a sociedade civil – em cúpulas sociais que antecedem as cúpulas de chefes de Estado e de governo. Nossa região inaugurou não só formas de integração regional mais abrangente e “modular” (Gardini, 2015), como também correntes de pensamento próprias, no âmbito do “novo regionalismo”, que vão além do caso europeu. De fato, como organizações intergovernamentais, os blocos regionais são importantes instrumentos na política dos Estados porquanto fortalecem posições dos países no multilateralismo global. O acordo comercial do Mercosul com a União Europeia e o Fórum Celac-China são alguns exemplos de que a região busca alcançar maior poder quando negocia em conjunto. No entanto, os blocos também assumem uma função importante no planejamento dos países quanto à realização de interesses públicos, ao promoverem “bens públicos regionais”.…