A revolta dos tratores
Há muito tempo os agricultores do Velho Continente estão à beira do abismo, endividados, pressionados pela grande distribuição e pelos gigantes da indústria alimentícia, dependentes de um sistema de subsídios que favorece os grandes proprietários
Em seu monólogo televisivo de duas horas em 16 de janeiro passado, Emmanuel Macron dedicou não mais que cinco segundos ao destino dos agricultores. Uma inegável capacidade de prever o futuro: dois dias depois, eclodia uma das mobilizações agrícolas mais importantes das últimas décadas. Em todos os cantos da França, tratores bloquearam as rodovias, criadores despejaram esterco em frente aos supermercados, pneus queimaram na praça das prefeituras, e os escritórios dos políticos eleitos viraram alvos... Protestos de agricultores tomou conta da França em janeiro, tratores foram usados para parar rodovias (Benoit Tessier/Reuters) Os sinais precursores dessa ira camponesa, no entanto, haviam se multiplicado nas últimas semanas. Na Europa, mobilizações agitaram a Alemanha, a Polônia, a Romênia, a Holanda, a Espanha e a Bélgica. Na França, desde novembro agricultores viram as placas de trânsito colocadas na entrada dos vilarejos como símbolo de uma profissão que “anda de…
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