“Sangrar” a Rússia
Há algumas semanas, pode-se mesmo dizer que a única conclusão do conflito que os Estados Unidos verdadeiramente aceitariam seria um triunfo à romana dos exércitos ocidentais em Moscou, com Biden na tribuna e Putin numa jaula de ferro. Para realizar seu objetivo já proclamado, “enfraquecer a Rússia”, na verdade sangrá-la, os Estados Unidos não economizam nos meios.
Em fevereiro, alguns dias antes da invasão russa, o presidente Joe Biden intimou os norte-americanos a deixar a Ucrânia em 48 horas. Desde então, os Estados Unidos voltaram ao país, mas de outro modo. Sem arriscar a vida de um único soldado, eles se beneficiam da sucessão de catástrofes provocadas pelo presidente Vladimir Putin para acumular rupturas estratégicas: uma Rússia por muito tempo enfraquecida, uma China embaraçada pelos insucessos de seu vizinho, uma Otan reforçada pela adesão próxima da Suécia e da Finlândia, uma chuva de contratos para os exportadores norte-americanos de armas e gás, a mídia ocidental repercutindo em sequência a propaganda do Pentágono. Por que os estrategistas dessa potência desejariam o fim de uma guerra tão providencial? Eles não o desejam. Há algumas semanas, pode-se mesmo dizer que a única conclusão do conflito que os Estados Unidos verdadeiramente aceitariam seria um triunfo à romana dos exércitos ocidentais em…