Saúde mental e educação: intersecção de direitos
Apesar de se observar um aumento dos recursos públicos destinados à saúde mental na última década, é evidente que esta não tem tido o mesmo nível de importância que a saúde física
Este ano, a forte demanda cidadã pela introdução de elementos de saúde mental no campo específico da educação ganhou especial notoriedade no Chile. As razões de fundo são muitas: a profunda deterioração da educação pública, a segmentação do ensino universitário, a segregação geral do sistema educacional e o retorno ao presencial após dois anos de pandemia como fator desencadeante de problemas de adaptação imediata ao novo contexto. As análises do mal-estar social sempre parecem destacar, não apenas no caso do Chile, a relevância do fator educacional, que parece acentuado pelo repensar geral das responsabilidades e do papel do Estado. Porém, se o campo educacional era tradicionalmente visto como um mecanismo de integração e desenvolvimento econômico, agora ele adquire outros matizes e sensibilidades, vinculados à contenção de deficiências socioemocionais e de relacionamento que não se encontram protegidas no campo privado da família ou em outras instâncias de socialização. E nesse ponto…