“Somos ricos porque temos uma mão de obra estrangeira que sofre”
Por muito tempo, Singapura foi considerada um modelo de prosperidade e estabilidade. No entanto, a cidade, que elege um novo presidente – um cargo em parte honorário – em 1º de setembro, enfrenta problemas: maus-tratos a migrantes, aumento do custo de vida… O descontentamento popular preocupa o primeiro-ministro, que tem amplos poderes e lidera o país há quase vinte anos
NTUC. As letras vermelhas no alto da torre de vidro e aço – uma banalidade no universo criativo dos arranha-céus de Singapura – indicam a quem ela pertence, o único sindicato do país, o National Trades Union Congress. “O edifício nos foi dado por Lee Kuan Yew [o pai da independência]”, explica com orgulho o secretário-geral, Patrick Tay. “Ele queria que os trabalhadores tivessem um lugar de verdade. Na época, não havia quase nada no entorno.” Um presente do governo que planejou, no entorno do edifício, a criação de um centro financeiro e turístico ultrachique, o Marina Bay, que mistura alegremente o setor público e o privado para acomodar multinacionais e hotéis suntuosos, como o famoso Marina Bay Sands, construído em 2010: três palácios de 55 andares cobertos por uma piscina que os liga a 200 metros de altura, um centro comercial de luxo no térreo e um enorme cassino…