“Destino Manifesto”: Marte no céu, expropriação na terra
A América Latina continua a ser concebida como região subordinada aos interesses dos Estados Unidos e fonte abundante de recursos naturais, ameaçados pelas ambições de crescimento chinês
A América Latina continua a ser concebida como região subordinada aos interesses dos Estados Unidos e fonte abundante de recursos naturais, ameaçados pelas ambições de crescimento chinês
Ex-embaixador de Singapura nas Nações Unidas – onde presidiu o Conselho de Segurança em janeiro de 2001 e maio de 2002 –, o professor Kishore Mahbubani apresenta uma análise singular da situação política internacional. Ao reflexo alinhado à Otan dos meios de comunicação ocidentais, ele contrapõe um conhecimento detalhado e contextualizado da China, o que não o impede de apontar os erros de Pequim
Se os canhões permanecem, por ora, mudos, o conflito já é intenso entre a China e os Estados Unidos nos meios de comunicação, nas instituições internacionais e nos salões ou círculos diplomáticos. No entanto, ele também se desenrola, ainda que de forma mais discreta, em outro domínio: o dos padrões que regem o comércio internacional e determinam seu futuro
A McKinsey, o Boston Consulting Group e outros escritórios de consultoria norte-americanos são centrais para a estratégia saudita de desenvolvimento e aumento da influência. No entanto, essa atuação com Riad suscita preocupação em uma comissão de inquérito do Senado norte-americano. Os legisladores temem um conflito de interesses que poderia prejudicar, a longo prazo, a economia e a segurança dos Estados Unidos
Em pouco mais de quinze anos, a China se consolidou nos Bálcãs. Depois de aproveitarem a crise grega para tomar o controle do porto de Pireu, as empresas chinesas agora concentram seus investimentos na Sérvia, cuja convergência política foi ainda mais fortalecida pela guerra na Ucrânia
Crescimento, demografia, projeção internacional: o futuro parece sorrir para a Índia. A ponto de uma excitação ter se apoderado das chancelarias ocidentais às vésperas das eleições de 19 de abril. Gangrenada pelas conivências, “a maior democracia do mundo” continua sendo tão democrática assim (pág. 22)? Enquanto os agricultores retomam a luta iniciada há quatro anos, a economia do país não está condenada a desapontar (pág. 23)? Talvez sim, mas, por ora, o trunfo principal da Índia é baseado em uma esperança ocidental: que ela faça sombra a Pequim (ver abaixo)
Observação dos países latino-americanos e do leste europeu fez com que os chineses evitassem a terapia de choque neoliberal profetizada pelo Consenso de Washington
A guerra na Ucrânia marca uma ruptura duradoura nas relações entre a Rússia e a Europa e acelera o aprofundamento da parceria estratégica russo-chinesa. Em Paris, Bruxelas ou Londres, reafirma-se o fracasso das sanções econômicas, imaginando que a Rússia pagará por sua agressão com uma dependência aumentada em relação a Pequim. No entanto, em Moscou, o medo da vassalagem não é tão premente
Nos Estados Unidos, republicanos e democratas discordam de quase tudo, menos quando se trata da China: em relação a esse assunto, todas as divisões se apagam. Na França, o setor privado teme uma forma de ruptura com a potência asiática provocada pelo alinhamento do Ministério das Relações Exteriores com a postura dos Estados Unidos. Contudo, que ameaça a China representa de fato para o Ocidente?
Entregas de armas de Washington contra operações navais de Pequim, provocações do Congresso norte-americano contra discursos marciais do presidente Xi Jinping – a aproximação das eleições gerais em 13 de janeiro em Taiwan exacerba as tensões entre os Estados Unidos e a China. No local, a rivalidade geopolítica às vezes se disfarça por trás de outros debates: aqueles que dividem a sociedade em torno de sua “identidade profunda”
Como os intelectuais da China vivenciaram o rigoroso confinamento imposto por três anos e, principalmente, a caótica saída da política de “zero Covid”? David Ownby, profundo conhecedor do pensamento chinês e dos debates que o envolvem, encontrou-se com esses pesquisadores peculiares – nem dissidentes nem submissos ao poder – e compartilha a seguir seu diário de viagem
Por muito tempo, Singapura foi considerada um modelo de prosperidade e estabilidade. No entanto, a cidade, que elege um novo presidente – um cargo em parte honorário – em 1º de setembro, enfrenta problemas: maus-tratos a migrantes, aumento do custo de vida… O descontentamento popular preocupa o primeiro-ministro, que tem amplos poderes e lidera o país há quase vinte anos