Tudo o que nos separa
L’Histoire de Souleymane, de Boris Lojkine, aborda a condição do entregador clandestino. Au boulot! [Ao trabalho!], de Gilles Perret e François Ruffin, coloca uma grande burguesa cheia de certezas frente a frente com as mulheres que mantêm a economia de pé por um salário mínimo (pág. 27). O sucesso desses longas-metragens nas salas de cinema francesas sugere uma nova atenção às realidades do trabalho, sua precariedade e seus perigos (pág. 24). Porém, quando o governo da França exige mais esforços para cobrir os déficits – dificuldades para acessar o seguro-desemprego, sete horas a mais na jornada – e o setor automobilístico europeu fraqueja (pág. 25), o abismo se aprofunda entre duas relações que se estabelecem com o trabalho assalariado: entre aqueles que o evitam (pág. 28) ou questionam sua vocação (pág. 22) e muitos outros, que só podem viver o trabalho como uma injustiça (a seguir)