Um plano para arruinar a Alemanha
Das ruínas de Berlim ao “milagre econômico” dos anos 1950, a Alemanha do pós-guerra permanece associada no imaginário coletivo a uma recuperação impressionante, marcada pela ocupação, pelo Plano Marshall e pelo surgimento de dois países, vitrines dos dois sistemas opostos na Guerra Fria. No entanto, no fim do verão de 1944, os Aliados haviam desenhado um cenário completamente diferente…
Balé de limusines, cidadela fortificada, legiões de diplomatas, enxame de jornalistas: uma pausa nas imagens dos arquivos em preto e branco se dá no instante em que aparecem o grande charuto de Winston Churchill e o chapéu branco de Franklin Roosevelt. Em 15 de setembro de 1944, a Segunda Conferência Militar de Quebec chega a seu ponto culminante, e os dois dirigentes ocidentais abordam um assunto espinhoso: o que fazer com a Alemanha derrotada? Com o avanço triunfal do Exército Vermelho na linha de frente do Leste e o desembarque dos aliados na Normandia, não há mais nada de abstrato nessa questão. Falamos de uma queda iminente dos exércitos do Reich – que, na realidade, vão resistir durante longos meses. Ao final do encontro, Roosevelt e Churchill rubricam secretamente um memorandum inesperado: “Um programa de eliminação das indústrias armamentistas no Ruhr e na Sarre com o objetivo de transformar a…