Uma eleição espinhosa
Mesmo que várias reviravoltas tenham ocorrido nos últimos cinco anos e que a política do presidente francês, Emmanuel Macron, não possa se orgulhar de nenhum sucesso real, sua reeleição parece o cenário mais provável: a extrema direita, mais forte que nunca (cerca de 30%), está dividida entre dois candidatos, ambos com pouca probabilidade de derrotar o presidente em exercício; uma boa parcela do eleitorado burguês e conservador de direita está sendo sugada por Macron, ao qual já se aliaram muitos de seus caciques, seduzidos por uma política econômica e social inspirada em grande parte na deles; por fim, a esquerda é demasiado fraca para se impor,1 especialmente porque de cinco anos para cá os partidos que a compunham, para todos os efeitos, reforçaram análises cada vez mais distantes sobre questões tão fundamentais como a idade de aposentadoria, o planejamento econômico, o lugar da energia nuclear no mix energético, as instituições da Quinta República, o federalismo europeu, a aliança com os Estados Unidos, a guerra na Ucrânia… A ponto de, se em 10 de abril Jean-Luc Mélenchon chegar ao segundo turno das eleições presidenciais – nenhum outro candidato dessa (ex)família política pode pretendê-lo –, muitos eleitores socialistas e ecologistas encontrariam motivos para apoiar Macron. E a imprensa, tanto pública como privada, estaria lá para transmitir tal escolha que a continuação da guerra na Ucrânia favorece ao mobilizar a atenção dos franceses sobre os esforços diplomáticos de seu presidente em vez do balanço desolador de seu mandato.
Aberto pela supressão do imposto sobre grandes fortunas, pela redução da tributação dos lucros das empresas e por uma reforma trabalhista favorável ao patronato – pontuada pela revolta dos Coletes Amarelos, reprimida com extrema violência –, o mandato de Macron terminou com a apresentação de seu programa em caso de reeleição. As duas medidas mais importantes – o retardamento da idade da aposentadoria de 62 para 65 anos e a obrigatoriedade dos beneficiários da Renda de Solidariedade Ativa (RSA) de trabalhar mais de 15 horas por semana – indicam nova guinada à direita. A primeira, que não responde a nenhuma emergência financeira, vai além do que os empregadores exigiam em 2021 (aposentadoria aos 64 anos). A segunda, apresentada pelo poder como “uma medida de justiça e de poder de compra”, vai proporcionar mão de obra barata ou gratuita, o que lhes permitirá não aumentar os salários nos setores em que as ofertas de emprego têm dificuldade para encontrar candidatos. E, na medida em que a volta da inflação não vier acompanhada de uma política de sustentação dos salários, a maioria da população sofrerá uma queda de poder aquisitivo, pois, se continuar, a estratégia do “custe o que custar” se preocupará sobretudo com a preservação das margens de lucro das empresas ameaçadas pela queda da demanda. As empresas cotadas no índice CAC 40 da Bolsa de Valores de Paris (as maiores da França), defendidas bravamente pelo governo, tiveram um lucro histórico de 160 bilhões de euros em 2021. O controle de preços que Macron recusa as impediria de repassar aos clientes o aumento dos custos de transporte e das matérias-primas e a perda de seus mercados atingidos pela guerra. Os dividendos de seus acionistas então cairiam, mas tal eventualidade talvez não seja o drama que o Estado deva aplacar prioritariamente.
Um eventual segundo mandato de Macron traria mais riscos para as categorias populares, já que seria o último. Sem a perspectiva de uma eleição e apoiado por uma nova maioria parlamentar que lhe é submissa, o projeto liberal de Macron – que ele teve de adiar parcialmente por conta do movimento dos Coletes Amarelos e da crise da Covid – não conheceria outros obstáculos além dos choques brutais que estão se ampliando.
A começar pela guerra na Ucrânia. Ninguém ainda pode ter a dimensão completa das catástrofes nascidas da agressão russa. Para o povo ucraniano, vítima de um Exército que pretende libertá-lo (3,5 milhões de habitantes fugiram do país e milhares já morreram). Para a população russa, ao mesmo tempo submetida a um regime cada vez mais feroz contra seus oponentes, a pesadas perdas militares na frente ucraniana e às sanções ocidentais, agravadas por uma avalanche de proibições e boicotes que atingem indiscriminadamente esportistas, artistas, clientes da Mastercard, assinantes da Netflix e… donos de restaurantes russos no exterior. Se o objetivo desejado é dissociar “o senhor do Kremlin” de seu povo, a punição coletiva não é o caminho para alcançá-lo.
As consequências do desastre ucraniano não param por aí. Em 14 de março, baseado no fato de que os dois Estados beligerantes são grandes produtores de trigo e que este fornece uma apreciável parcela das calorias consumidas pela população do planeta, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou a comunidade internacional para um possível “furacão de fomes e um colapso do sistema alimentar global”. A situação é igualmente sombria na frente climática, tanto porque a política de rearmamento geral em curso aumentará o consumo de energia e de materiais não renováveis (somente o Exército norte-americano emite mais gases de efeito estufa do que Portugal ou a Suécia) quanto porque a cooperação internacional necessária a uma redução geral da produção de combustíveis fósseis é menos provável em tempos de guerra. Refugiados, fome, clima, sem nem sequer levar em conta o risco de uma escalada para um conflito nuclear (ler pág. 12), há o suficiente para alimentar o marasmo de um mundo que ainda não acabou com uma pandemia e que percebe que menos do que nunca em sua história recente a humanidade parece ter “a esperança de um cheque em branco”.2
Voltar à gênese da crise ucraniana é útil não apenas para ajudar a compreender como chegamos a ela, mas também – e principalmente – para refletir sobre as formas de sair dela. Cada um é sempre tentado a buscar no curso dos acontecimentos uma justificativa a posteriori para suas advertências do passado. Existe uma certeza, porém: há seis meses, há três meses, ninguém imaginava que o Exército russo invadiria o conjunto do território ucraniano. Nem mesmo o presidente Volodymyr Zelensky.
Em qualquer conflito em que ronda a possibilidade de uma escalada nuclear, o poder está concentrado nas mãos de um homem – pois raramente é uma mulher. “A dissuasão sou eu”, resumia François Mitterrand, “é o chefe de Estado quem decide.” Referindo-se à crise dos mísseis de Cuba, Robert Kennedy, irmão do então presidente dos Estados Unidos, resumiu o que poderia ter acontecido em outubro de 1962: “Das catorze pessoas envolvidas [na decisão norte-americana], todas de grande valor […], havia seis que, se tivessem sido presidente dos Estados Unidos, teriam, em minha opinião, explodido o planeta”.3
Dado que Putin governa seu país há 22 anos (foi primeiro-ministro de 2008 a 2012), é tão natural quanto importante procurar entender suas motivações no momento em que ordenou que suas tropas conquistassem a Ucrânia. Não é muito difícil, pois ele falou com frequência sobre o assunto. Duas histórias se opõem. Na primeira, o presidente russo teria reagido ao desdém com que o Ocidente trata suas exigências de segurança em um momento em que a Otan, contrariando os compromissos assumidos, se aproxima de suas fronteiras. Na segunda, o expansionismo de Putin é encorajado pela ausência de reações às suas sucessivas agressões e pela perspectiva de que essa passividade lhe abre a possibilidade de restaurar a esfera de influência russa de outrora. Lógica defensiva em um caso, sede de vingança no outro. As duas abordagens não são rigorosamente incompatíveis, mas enquanto a primeira, frequentemente exposta nestas colunas, pode se basear em uma massa de documentos históricos, a segunda, mais apreciada pelos neoconservadores, recorre a especulações psicológicas relativas ao comportamento dos ditadores. E às analogias habituais: Hitler, Munique, Churchill. Eles já as usaram para defender a Guerra do Golfo (1991), a do Kosovo (1999), a do Afeganistão (2001) e a da Líbia (2011). E para atacar a ausência de uma reação militar tão firme na Geórgia, na Síria, na Ucrânia. Sua premissa básica é bastante simples para que qualquer jornalista possa retomá-la sem esgotar seu talento: assim que um inimigo do Ocidente se afasta do caminho certo, não “puni-lo” imediatamente equivale a encorajá-lo e a provocar uma agressão mais grave da parte dele. Não é preciso dizer que essa doutrina judicial não se aplica aos Estados Unidos, nem à Arábia Saudita, nem a Israel.
Na Ucrânia, portanto, não seria a presença crescente dos Estados Unidos nas fronteiras da Rússia que explicaria, pelo menos em parte, a ofensiva lançada por este país, e sim o fato de a Otan ter recusado a Kiev os meios militares para dissuadir seu poderoso vizinho. Sugerir o contrário, nos diz o cientista político neoconservador Bruno Tertrais, seria até mesmo uma “narrativa [ocidental] cheia de culpa, beirando o ‘pensamento decolonial’”.4 Em Washington, os congressistas republicanos alimentados pelo Pentágono acusam os governos de Biden e de Barack Obama de terem sido “muito tímidos, muito lentos, muito atrasados”. A lista de suas supostas falhas incluiria o fim apressado da guerra no Afeganistão (depois de vinte anos), a recusa de se envolver ainda mais na Síria, a ausência de firmeza ocidental quando da anexação da Crimeia pela Rússia, um orçamento militar insuficiente (US$ 768 bilhões) e até mesmo… regulamentações ambientais que teriam reduzido a dominação do petróleo e do gás do país.
De qualquer forma, para os neoconservadores, o Ocidente seria parcialmente responsável pela guerra atual, não em razão da ampliação da Otan, mas porque teria deixado Putin agir na Geórgia, depois na Síria, depois na Crimeia. O discurso dos falcões é, por definição, irrefutável: eles sempre podem afirmar que a derrota teria se tornado vitória se tivéssemos atacado antes ou com mais força. E, quando sua aventura entra em debandada, eles só têm de evitar culpar aqueles que a começaram. Oponha-lhes o argumento de que os russos não vão atacar Berlim, Londres ou Paris e eles responderão: você também não pensou que eles iriam bombardear Kiev. Aos olhos deles, a menos que você passe por um propagandista do Kremlin, tornou-se quase impossível sugerir que o comportamento de Moscou não se resume àquele de um Estado predador que esperaria a fragilidade de sua presa para devorá-la.
Essa tragédia, entretanto, poderia ter sido evitada. Mesmo especialistas e jornalistas norte-americanos relativamente conformistas admitem que o governo Bush brincou com fogo em 2008, acenando à Ucrânia sua adesão à Aliança Atlântica, sabendo perfeitamente que seria impossível preservá-la no caso de uma agressão. Uma atitude muito imprudente, pois no ano anterior, em 2007, em Munique, Putin havia manifestado preocupação de “que a Otan aproximasse suas forças avançadas de nossas fronteiras enquanto nós não reagimos”. E perguntado: “O que aconteceu com as garantias dadas por nossos parceiros ocidentais depois da dissolução do Pacto de Varsóvia?”.
Por certo não é muito correto em termos morais, mas as grandes potências têm naturalmente tendência a equiparar sua segurança à defesa de sua zona de influência, se necessário pela força. O senador norte-americano Bernie Sanders lembrou isso em 10 de fevereiro: “Mesmo que a Rússia não fosse governada por um líder autoritário e corrupto como Vladimir Putin, ela estaria, como os Estados Unidos, preocupada com a política de segurança de seus vizinhos. Alguém acredita seriamente que os Estados Unidos não teriam nada a dizer se o México fizesse uma aliança militar com um de nossos adversários?”. Muitos Estados e povos também fazem essa pergunta. Não que sejam insensíveis ao infortúnio dos ucranianos, mas porque consideram hipócritas os ocidentais hoje indignados com os crimes que cometeram ontem – como a invasão norte-americana ao Iraque em 2003, para a qual, vale lembrar, contribuíram 15 dos 27 Estados da União Europeia. A Ucrânia também participou dessa agressão, talvez apostando que o presidente Bush lhe seria grato.
Nessa guerra, o fervor moral é uma bússola muito perigosa. As imagens ininterruptas de êxodo e destruição exacerbam o desejo de vingança, a tentação do maximalismo. Uma lógica de escalada exige novas sanções ou novas medidas militares no dia seguinte ao anúncio das anteriores. Mas Moscou não pode ser tratada como Bagdá, Belgrado, Gaza ou Trípoli. A Rússia não vai ganhar essa guerra, mas também não pode perdê-la. O jogo de dados assassino de Putin certamente produziu o contrário do efeito esperado: um Exército que enfrenta dificuldades na Ucrânia e multiplica a destruição, uma Otan que cerra fileiras atrás de seu suserano norte-americano, sanções mais temíveis do que o esperado, um prestígio diplomático manchado por muito tempo. Tanto que, retomando o Mao Tsé-tung de 1956, que proclamava que “o imperialismo norte-americano é um tigre de papel”, um missionário ocidental poderia aplicar esse diagnóstico à Rússia e agora anunciar sua derrocada. Isso seria esquecer o que os líderes soviéticos opunham então ao aventureirismo estratégico do presidente chinês: o tigre de papel tem dentes atômicos. É melhor nunca encurralá-lo a ponto de ter de optar entre a derrota e a escalada. “Ao defenderem seus interesses vitais”, explicou John Kennedy em um famoso discurso de junho de 1963, menos de um ano depois da crise de Cuba, “as potências nucleares devem evitar confrontos que obriguem um adversário a escolher entre uma derrota humilhante e uma guerra nuclear.”
A Ucrânia não recuperará a Crimeia e não aderirá à Otan. E a Rússia não renunciará às suas conquistas territoriais sem obter a suspensão ao menos parcial das sanções que a atingem. Tais concessões podem parecer enormes, injustas para as vítimas ucranianas, mas apenas fariam retornar à situação que precedeu a invasão russa, oferecendo a Putin uma saída que lhe permita camuflar seu revés estratégico. O presidente Zelensky parece disposto a fazê-lo, mediante garantias internacionais de segurança e o acordo das populações interessadas. Enquanto isso, encoraja seu povo à resistência, que nesse caso é “o mais sagrado dos direitos e o mais indispensável dos deveres”.
“A Europa não pode estar segura e em paz se não falar com a Rússia, se não construir com a Rússia”, lembrou o presidente Macron, “porque é nossa história e nossa geografia.” A situação é completamente diferente do lado norte-americano, onde não se teme ter como vizinho um grande país humilhado e vingativo. A crise atual seria até uma boa notícia para Washington. Putin, que já foi apresentado como um estrategista brilhante, na verdade acaba de realizar os sonhos dos neoconservadores: um Velho Continente unido e alinhado com os Estados Unidos, que dedica mais dinheiro à sua defesa (para comprar, é claro, armas norte-americanas) e se livra da dependência do gás russo recorrendo ao Texas e aos Apalaches. Sem contar que é sempre mais tranquilizador assistir a uma guerra e bancar o fanfarrão quando se dispõe do Exército mais poderoso do mundo e o conflito não acontece em suas fronteiras, mas do outro lado do Atlântico.
Não é surpreendente que uma crise internacional dessa gravidade tenha atingido as eleições presidenciais francesas. Lastreados por campanhas pouco convincentes e por pesquisas que lhes prometem resultados raquíticos, socialistas e ecologistas tentaram aproveitar o assunto para reduzir a enorme distância que os separa de Mélenchon. Embora o candidato da União Popular tenha marcado imediatamente sua oposição à agressão decidida pelo presidente Putin, até dedicar algumas semanas depois seu grande comício parisiense de 20 de março “à resistência do povo ucraniano contra a invasão russa e aos russos corajosos que lutam contra a guerra e contra a ditadura”, suas posições hostis à Otan, aliás perfeitamente legítimas,5 foram compreendidas como uma vontade de enfraquecer as democracias e fazer dos franceses, de acordo com as palavras de Anne Hidalgo, “vassalos da China e da Rússia”. Na mesma entrevista, a candidata socialista não hesitou em qualificar Mélenchon de “agente” que teria “servido aos interesses de Putin, e não aos da França, tentando atenuar o que o regime russo preparava contra a Europa e nossos modelos democráticos”.6 Por sua vez, o candidato ecologista, Yannick Jadot, atribuiu ao candidato da União Popular a ideia de que “a Ucrânia deveria desaparecer em benefício da Rússia”… As campanhas eleitorais, especialmente quando são desesperadas, não são o momento em que os protagonistas seguram seus golpes. Mas como imaginar dentro de algumas semanas ou meses ações conjuntas e acordos entre eles, em nome de sua oposição comum aos últimos projetos de demolição social, se a guerra na Ucrânia continuar a dominar a agenda política? Por outro lado, uma convergência entre a direita e a extrema direita poderia se revelar mais fácil na medida em que a primeira retomou abundantemente os elementos de segurança e xenofóbicos da segunda, enquanto esta última se aproximou do programa econômico liberal da primeira.
Tal perspectiva torna ainda mais preocupante a situação das liberdades públicas. Durante o mandato de Macron, a obsessão com a insegurança, o terrorismo, a contaminação viral e o medo da guerra favoreceu uma “estratégia de choque” antidemocrática e encorajou um presidente autoritário a governar pelo medo.7 A crise da Covid permitiu banalizar as medidas de controle social em nome do combate à doença a ponto de, em julho passado, a defensora dos direitos [autoridade independente nomeada pelo presidente da República para defender os direitos dos cidadãos] manifestar preocupação de que “pessoas privadas [pudessem ser] responsáveis pelo controle da situação sanitária dos indivíduos e, portanto, de sua identidade. Chega-se, em última análise, ao controle de uma parte da população por outra”. A medida acaba de ser suspensa, mas a relativa placidez com que foi recebida sugere que essa inovação tem um futuro brilhante pela frente, porque quase sempre que uma usurpação das liberdades públicas se torna possível graças a um novo dispositivo tecnológico, ela intervém, se perpetua e muito frequentemente não desperta reações. Informar o estado civil para qualquer coisa, comunicar a data de nascimento para pegar um trem, dar o número do cartão de crédito para votar em uma “primária cidadã”, tudo isso se generalizou durante a presidência mais “iliberal” da Quinta República. E, até a eclosão da guerra na Ucrânia, o debate político estava dominado pelos temas de imigração e insegurança, veiculados por candidatos que não eram todos de extrema direita.
A mobilização de veículos blindados da Guarda Nacional contra manifestantes pacíficos, a dissolução de grupos de solidariedade com a Palestina, como o de Toulouse, imediatamente seguida de idêntico procedimento contra um grupo antifascista em Lyon, a perseguição policial e judicial aos Coletes Amarelos, uma vida cada vez mais ritmada pelo regime do estado de emergência: não é só na Ucrânia que as liberdades devem ser defendidas. Uma repetição do cenário de cinco anos atrás – um segundo turno entre Macron e Marine Le Pen – indicaria que não estamos indo por esse caminho.
*Serge Halimi é diretor do Le Monde Diplomatique.
1 Ler nosso dossiê “Pourquoi la gauche perd” [Por que a esquerda perde], Le Monde Diplomatique, jan. 2022.
2 “Faut vivre” [É preciso viver], canção de Marcel Mouloudji.
3 Citado por Graham T. Allison, Essence of Decision. Explaining the Cuban Missile Crisis [Essência da decisão. Explicando a crise dos mísseis cubanos], Little Brown, 1971.
4 Bruno Tertrais, citado em Le Figaro, 19 mar. 2022.
5 Ler Régis Debray, “La France doit quitter l’OTAN” [A França deve sair da Otan], Gabriel Robin, “L’OTAN, donjon d’un autre âge” [Otan, masmorra de outra era], e “Jusqu’à quand l’OTAN” [Até quando a Otan], Le Monde Diplomatique, respectivamente mar. 2013, mar. 2019 e nov. 2019.
6 L’Express, 28 fev. 2022.
7 Ler “Feu sur les libertés” [Fogo nas liberdades], Manière de Voir, n.182, abr.-maio 2022.