A Constituição contra Donald Trump
Imigração, direitos das mulheres – desde que assumiu a presidência, Donald Trump enfrenta resistência de todos os lados, ainda que a base eleitoral lhe permaneça fiel. Alguns contestadores decidiram utilizar as possibilidades de resistência oferecidas pela Constituição, concebida pelos Pais Fundadores com o objetivo do equilibrar os poderes
Em 21 de janeiro, dia seguinte à investidura de Donald Trump, vários milhões de pessoas em todo o território norte-americano participaram de centenas de “marchas das mulheres”. Após o decreto de imigração adotado em 27 de janeiro, manifestantes bloquearam aeroportos. Paralelamente, os grandes meios de comunicação multiplicaram pesquisas para denunciar as alegadas vilanias do presidente republicano, enquanto multinacionais como Airbnb ou Budweiser usaram comerciais para denunciar suas políticas. No entanto, a longo prazo, a resistência mais eficaz pode ser aquela que se apoia nos contrapoderes previstos pelos Pais Fundadores dos Estados Unidos, segundo o princípio de “pesos e contrapesos” (checks and balances). Trump começou seu mandato como governante solitário, por decreto, o que lhe permitiu forjar para si uma imagem proativa. Mas esse modo de ação não pode se prolongar indefinidamente: para colocar em prática alguns de seus compromissos de campanha, como a revogação da lei sobre a proteção dos…