“A ditadura me formou na carne e mudou a minha vida”
Em entrevista, Marieta Severo compara regime militar ao governo Bolsonaro e diz que sociedade brasileira deve evoluir politicamente para não eleger políticos autoritários
Marieta Severo tem vivido sentimentos difusos quando olha para a situação cultural e política do país. Pessoalmente, celebrar os quinze anos do Teatro Poeira, mantido por ela e pela atriz Andréa Beltrão, no Rio de Janeiro, com uma exposição que se encerra em março é motivo de emoção. “Choro de alegria com essa homenagem.” Ao se debruçar sobre um olhar macro das artes, o discurso muda: “A tônica maior é nós, enquanto artistas, estarmos vivos dentro deste contexto tão doloroso que envolve a visão catastrófica das pessoas que dirigem a cultura no Brasil atualmente”. Na política não é diferente. Para ela, o governo de Jair Bolsonaro representa “uma ameaça autoritária, um regime fascista, machista e racista”. Ao mesmo tempo, diz que essa situação extrema na política nacional está “formando e mudando a cabeça de algumas pessoas”. Como exemplo, cita a própria trajetória em meio à ditadura militar brasileira (1964-1985): “A…