A economia e a política econômica do governo Lula 3
Não é provável que tenha havido ilusões, dentro do governo, sobre a oposição do mercado financeiro ao lado “estrutural” da atual gestão. O que talvez existisse é a crença de que seria possível contar com esses “russos” para a viabilização da estratégica macroeconômica desenhada. Uma aposta difícil, mas talvez o diagnóstico fosse o de que não havia outro caminho viável. O que parece concreto é que a sucessão de eventos dos últimos meses reduziu suas chances de sucesso
Na quarta semana de 2025, a pauta econômica no Brasil era a inflação de alimentos. Atordoado pela polêmica anterior (a suposta “taxação do Pix”), o governo enumerava ações para enfrentá-la. “Intervenção”, vale-alimentação, tarifas de importação. A imprensa reagiu como de praxe: só a “boa gestão macroeconômica” funciona, outros caminhos fracassarão etc. O problema em si é sério, o episódio é relevante. Porém, repete aspectos não específicos. Um governo às vezes “emparedado”; autoridades econômicas tentando restabelecer alguma “confiança”; cobertura midiática agressiva. Em uma economia com problemas, mas também com bons números. Este artigo, escrito em tal contexto, traz informações e ideias sobre a economia nestes dois anos de governo Lula 3. Ele contém mais angústias do que certezas; menos avaliação do que tentativa de compreensão do cenário. E gira em torno de uma caracterização – na seção II – da estratégia de política econômica em curso. Antes disso, na seção I…