A guerra não é o caminho mais curto para a paz
Em um mundo em que muitos Estados – Ucrânia, Rússia, Palestina, Israel – percebem os conflitos que os envolvem como existenciais, como evitar uma escalada aos extremos, especialmente quando as grandes potências se desviam de suas próprias regras?
A “pax americana” está terminando e deixando o mundo em grande desordem. Durante três décadas, os Estados Unidos, seguidos por seus aliados, acreditaram poder remodelar o mundo à sua imagem por meio da influência, acreditando serem exemplos, por meio da regulação, apresentando-se como fontes de direito, e, cada vez mais, por meio da força, sabendo serem os mais poderosos. Com isso, perderam de vista suas próprias promessas e suscitaram uma onda de insatisfação mundial cujo preço todos nós pagamos.1 Não é hora de olhar para trás, mas de tirar lições e olhar para a frente, para o mundo que está por vir. Este é prisioneiro de uma mecânica infernal, uma engrenagem de guerra global feita de três processos paralelos. Em primeiro lugar, a fragmentação do mundo. Ela resulta principalmente de uma desregulação da força sem precedentes. O consenso de 1945, que fundou uma ordem internacional voltada para a resolução pacífica…