A juventude de Myanmar desafia a Junta Militar
Com medo de perder seus privilégios, os militares de Myanmar tiraram do poder e prenderam os dirigentes eleitos. Aung San Suu Kyi está sendo processada pela “importação ilegal de walkie-talkies” e por “desrespeito à lei sobre desastres naturais”. Três semanas após o golpe e apesar da repressão, a população continua a se manifestar em todo o país
“Depois dos calafrios de medo que nos assaltam à noite, nossas esperanças renascem de manhã.” Neste 14 de fevereiro de 2021, Lamin Oo, produtor de cinema de Myanmar, justapôs em sua conta no Twitter a fotografia de uma manifestação contra a ditadura e um vídeo com homens armados de bastões que se aproveitam da escuridão para semear o caos em um bairro de Rangum, capital econômica do país. Objetivo dos desordeiros: aterrorizar e desanimar os que participam da mobilização contra o golpe de Estado de 1º de fevereiro. Dias antes, a Junta Militar libertou mais de 20 mil prisioneiros comuns – uma manobra que lembra aos habitantes do país a sublevação de 1988. Na época, criminosos soltos pelas ruas também instalaram o reinado do terror, justificando assim a intervenção brutal das Forças Armadas e o banho de sangue. Em milhares de contas no Twitter, as mesmas hashtags: “A Junta ataca”,…