A perseguição sistemática contra professores no Brasil
Ao longo da última década, a perseguição contra professores vem se intensificando, sem que isso soe os alarmes do campo progressista. A prática é cruelmente pedagógica: ela ensina aqueles que já passaram por ela e aqueles que a presenciaram ou dela tomaram conhecimento a se autocensurarem
O Brasil tem um histórico de perseguição a professores. No campo “progressista” temos clareza das violências sofridas por professora/es e estudantes durante os 21 anos de ditadura militar, por exemplo. Assassinatos, prisões e desaparecimentos são por demais gritantes para serem relativizados. Assim, os processos e as cassações e demissões de professores são entendidos como parte de uma ampla gama de mecanismos persecutórios do período. Porém, e quando a perseguição se dá em uma época supostamente democrática? E quando ela se dá sem mecanismos de repressão tão evidentes? A perseguição ainda é reconhecida como tal? A resposta infelizmente tem sido não. Ao longo da última década, a perseguição sistemática contra professores vem se intensificando, sem que isso soe os alarmes do campo progressista. Ocorrem exposição da figura do profissional, de áudios e vídeos de trechos descontextualizados de suas aulas; processos administrativos; demissões sumárias; materiais e conteúdos censurados etc. Apesar da ampla…