A pista de Istambul
O que fazem os jornalistas e comentaristas franceses, normalmente tão ávidos por “documentos secretos” sobre a Rússia?
O que fazem os jornalistas e comentaristas franceses, normalmente tão ávidos por “documentos secretos” sobre a Rússia? Aqueles que rastreiam qualquer “plano oculto” de Moscou visando dissolver a coesão das sociedades democráticas, qualquer “toupeira” russa escondida na máquina estatal? Em 28 de abril, o jornal conservador alemão Die Welt lhes ofereceu de bandeja um projeto confidencial vindo do leste: a última versão do acordo de paz negociado por Kiev e Moscou no início da guerra. Um texto importante, cuja adoção poderia ter evitado dois anos de confrontos e centenas de milhares de mortes. A mídia francesa praticamente ignorou o assunto,1 talvez preocupada em não aprofundar um caso em que o campo dos belicistas ocidentais não desempenha o melhor papel. Istambul, 29 de março de 2022. As delegações russa e ucraniana se reúnem para uma nova rodada de negociações, a sétima em um mês, em um contexto militar volátil em que…