A pista de Istambul
O que fazem os jornalistas e comentaristas franceses, normalmente tão ávidos por “documentos secretos” sobre a Rússia?
O que fazem os jornalistas e comentaristas franceses, normalmente tão ávidos por “documentos secretos” sobre a Rússia?
Nos últimos dois anos, a guerra na Ucrânia foi comparada à Primeira Guerra Mundial, à crise dos mísseis, a todas as intervenções externas da União Soviética, à Guerra Irã-Iraque, por ser entre dois países vizinhos, àquela do Kosovo… Volodymyr Zelensky e seus comunicadores são excelentes nesse joguinho
A guerra na Ucrânia marca uma ruptura duradoura nas relações entre a Rússia e a Europa e acelera o aprofundamento da parceria estratégica russo-chinesa. Em Paris, Bruxelas ou Londres, reafirma-se o fracasso das sanções econômicas, imaginando que a Rússia pagará por sua agressão com uma dependência aumentada em relação a Pequim. No entanto, em Moscou, o medo da vassalagem não é tão premente
O regime ucraniano sabe que, mantidas as condições tais como estão ― financiamentos externos minguantes, fornecimentos bélicos limitados, mão de obra combatente cada vez menor ― vai ser impossível escapar do abraço do grande urso russo. Leia a terceira parte do artigo
A segunda fase do conflito ucraniano começava a contrariar as expectativas daquilo a que logo antes foi referido como “a guerra do Ocidente”. Leia a segunda parte do artigo sobre o tema
A guerra na Ucrânia tornou-se uma alavanca geopolítica que parece apontar para “o retorno da nação” na agenda do imaginário político. Leia a primeira parte do artigo sobre o tema
De 1932 a 1934, as grandes potências organizaram em Genebra uma conferência mundial para o desarmamento, a fim de prevenir uma deflagração geral. Conhecemos o desfecho, trágico. Um século depois, a indústria de defesa nunca esteve tão próspera. Impulsionada pela agressão russa contra Kiev, assim como pelas tensões geopolíticas na Ásia e no Oriente Médio, ela apresenta números de vendas recordes e traz felicidade aos acionistas
Com o aumento do custo humano dos combates, a Ucrânia tem dificuldades para recrutar voluntários para a frente de batalha. Diante de um povo que pede justiça, o governo exibe uma política anticorrupção, mas acelera o desmantelamento do Estado social e dos sindicatos. Tudo isso em um país em guerra no qual combatentes mutilados precisam contratar advogados e cidadãos deslocados têm de abrir procedimentos administrativos pelo smartphone
As tensões com o Kremlin borbulhavam havia meses, mas a rebelião do Grupo Wagner ainda assim foi uma surpresa. Normalmente, os mercenários obedecem a quem os contrata e executam tarefas sujas em seu nome. A África sabe bem disso, tendo visto muitos desses “terríveis”, como eram chamados os combatentes de milícias privadas no passado
O embate entre Otan e a Rússia trará como efeito uma reordenação permanente no jogo das correlações de forças geopolíticas no século XXI
Em poucas décadas, a justiça penal internacional realizou consideráveis progressos, não deixando teoricamente nenhum chefe de Estado ou dignitário suspeito de crimes em massa fora de seu alcance. Imensa conquista da humanidade, ela permanece bloqueada e sujeita a acusações de parcialidade. Os responsáveis pela guerra na Ucrânia serão julgados?
Encorajada pelos bons resultados nas eleições legislativas de setembro de 2021, uma nova geração de comunistas esperava se tornar a principal força de oposição ao Kremlin. Isso antes da guerra. Agora, a direção encoraja as operações armadas na Ucrânia, ao mesmo tempo que expurga os dissidentes. Fora do Parlamento, militantes de esquerda continuam o combate