A reunificação do partido conservador
Decidido a “reconquistar as classes superiores assim como os formadores de opinião”, o novo primeiro-ministro britânico David Cameron se apoderou das questões chamadas “sociais”: ele nomeou quatro mulheres para o seu gabinete e confiou o posto de ministro do comércio e indústria a Alan Ducan, um homossexual
"Esse partido não existe mais. Ele deixou de existir. É um ex-partido!” No dia 6 de outubro de 1998, a manchete do jornal britânico The Sun, de propriedade de Rupert Murdoch, anunciou a morte do partido conservador. Depois de ter governado sozinho ou em coalizão durante 84 dos 123 anos de regime, a formação política mais antiga do mundo acabava de sofrer, um ano antes, uma derrota eleitoral, abandonando 170 dos seus 335 assentos no Parlamento britânico. O número total dos seus militantes tinha acusado uma queda ainda maior, passando de 1,2 milhão, em 1979 – ano da subida ao poder de Margaret Thatcher – a 400 mil, menos de uma década depois. Atingira então o nível mais baixo desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A travessia do deserto durou 13 anos. O escritor conservador Geoffrey Wheatcroft avalia que essa época foi caracterizada pela “estranha morte” de um partido…