Agir levando em conta a diferença para criar laços democráticos
A transversalidade da tarifa zero como viabilizadora de direitos deve ganhar corpo e espaço nas propostas programáticas de derrota do bolsonarismo
Um dos aspectos cruciais do fascismo é sua concepção do que é o povo. Para os adeptos dessa ideologia, o povo é um conjunto homogêneo, sem conflitos, sem história. Essa é, certamente, a concepção de Bolsonaro sobre o povo brasileiro. E ela é uma abstração, uma proposta irreal. Ainda assim, quem não cabe nessa definição de povo é inimigo e fim de conversa. É aqui que várias das forças sociais que acham expressão no autoritarismo se encontram: em uma concepção homogênea das pessoas, divididas entre iguais e inimigas. É com base nessa perspectiva que essas forças sociais atuam, naturalizando hierarquias sociais violentas e sustentando as práticas do atual governo. Em oposição a essa ideia está a grande potência do antifascismo: o entendimento das coletividades como corpos políticos, com multiplicidades, conflitos, necessidades e desejos divergentes. A força coletiva dessa proposta se dá pela capacidade de olhar o outro como um igual,…