Uma América Latina ao lado de Gaza
“A história não perdoará os indiferentes”, alertou o presidente cubano Miguel Díaz-Canel sobre as operações militares realizadas por Israel contra Gaza. Quase 10 mil quilômetros separam as costas latino-americanas das terras palestinas, mas, de Havana a Santiago, o ressurgimento da violência no Oriente Médio provoca posições que são tão mais fortes quanto mais raras se mostram pelo mundo
“Os campos de concentração são proibidos pelo direito internacional, e aqueles que os desenvolvem se tornam criminosos contra a humanidade.” As afirmações do primeiro presidente de esquerda da Colômbia, Gustavo Petro, não passaram despercebidas na plataforma X (antigo Twitter), em 9 de outubro de 2023. Dois dias antes, ele apontou a diferença de tratamento pelas potências ocidentais da “ocupação russa na Ucrânia” e da “ocupação israelense na Palestina”. A frase introdutória do primeiro comunicado da diplomacia colombiana publicado em 8 de outubro pela manhã apela ao “diálogo entre Israel e Palestina”. A Colômbia condena as atrocidades do Hamas contra civis israelenses, mas não as qualifica de “terroristas”, e denuncia simultaneamente os ataques contra os civis palestinos. Quando o ministro da Defesa israelense, Yoav Galant, anunciou o cerco de Gaza, explicando, em 9 de outubro, lutar “contra animais humanos e [agir] em consequência”, Petro retrucou: “Era isso que os nazistas diziam…