Após os anos de “desordem”, o governo egípcio procura recuperar a influência
Enquanto crescem as violações dos direitos humanos, o presidente Al-Sisi tenta colocar o Egito de volta ao centro do jogo diplomático regional. Ele quer fortalecer suas relações com a Arábia Saudita e evitar tensões com o novo governo dos Estados Unidos. O Egito não descarta intervir na Líbia e busca aliados para impedir o projeto da barragem etíope nas nascentes do Nilo
No dia 3 de março, os serviços de segurança egípcios terão um motivo especial para impedir os protestos contra o governo do marechal-presidente Abdel Fattah al-Sisi. Nessa data, três anos terão se passado desde que o Supremo Tribunal Constitucional ratificou definitivamente a entrega das ilhotas de Tiran e Sanafir à Arábia Saudita. Decidida em 2016 pelo Egito, a perda da soberania sobre esses dois rochedos que bloqueiam a entrada do Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho, não é bem aceita por muitos egípcios, que a veem como um atentado ao orgulho nacional, assim como uma admissão de fraqueza diante da monarquia wahabita. Uma renúncia que os adversários de Al-Sisi poderiam ser tentados a denunciar mais uma vez nas ruas, como fizeram maciçamente ao longo de 2016 e no início de 2017. Impiedoso em relação a qualquer forma de oposição,1 o presidente não pode tolerar ser acusado de vender a grandeza…