As mil flores libertárias
O aumento da adesão a Javier Milei, especialmente entre os jovens, não pode ser analisado sob a ótica de uma sociologia que ainda se move com base em parâmetros antigos. Para compreendê-lo, é preciso focar nas trajetórias pessoais e familiares, na crise do progressismo e nos novos significados atribuídos a noções como Estado, liberdade ou peronismo
Aqueles que não são facilmente impressionáveis não sentem nenhuma emoção a menos que o sangue corra diante de seus olhos. E quando o sangue para de correr, não há mais tragédia; já passou. Yukio Mishima Milei não tem razão, mas aqueles que votam nele sim. Martín Rodríguez @tintalimon I. Que se vayan éstos Por mais que seja atrativo falar sobre antipolítica ou raiva, o processo político em geral e, especificamente, o dos jovens se assemelha menos a um “que se vayan todos” [que vão embora todos] e mais a um “que se vayan éstos” [que vão embora estes]. O processo de politização dos jovens vai além do cronograma eleitoral. Vem de fatores como a redução das oportunidades econômicas por mais de uma década (quase metade da vida dos jovens!), a transformação das condições de trabalho, a crise do progressismo, os processos tecnológicos e culturais que favorecem a autonomia…