As negociações secretas sobre os mísseis em Cuba
O presidente Kennedy estava determinado a manter em segredo a troca dos mísseis norte-americanos na Turquia pelos mísseis instalados em Cuba – tanto para preservar o controle dos Estados Unidos sobre a Otan como para proteger sua própria reputação, que, assim como a de seu irmão, não sairia fortalecida da divulgação de suas conversas com Moscou
Em 28 de outubro de 1962, no mesmo dia em que Nikita Kruchev anunciou publicamente a retirada dos mísseis balísticos nucleares que suas forças haviam instalado em Cuba, o chefe de Estado soviético enviou uma carta confidencial ao presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, sobre o desenlace pacífico do confronto de superpotências mais perigoso de toda a história moderna. Oficialmente, a União Soviética concordou em retirar seus mísseis em troca de uma garantia norte-americana de renunciar a qualquer plano de invadir Cuba. Na realidade, no entanto, a crise só foi resolvida quando o presidente Kennedy enviou seu irmão Robert em missão junto ao embaixador soviético Anatoly Dobrynin para lhe propor um acordo ultrassecreto: os mísseis norte-americanos na Turquia em troca dos mísseis russos em Cuba. “Tenho o dever de lhes dizer que compreendo quão delicado é para vocês considerar a ideia de um desmantelamento dos mísseis baseados na Turquia”,…