Bala de fogo
(Poema singelo contra a morte)Teresa Candolo
Embala, João,
embala o caixão!
Em forma de bala,
Pra chupar na sala.
Embala, João,
Embala a menina
Embala e se cala
Co?a sua aspirina.
Embala, João,
Embala e se cala
Que a morte é uma bala
Que voa e, alada,
Abate e não fala,
Só leva a amada.
Embala, João,
E nunca se abala:
Embala a aspirina,
Devolve a menina
Pra dentro da sala;
Troca a sua sina
Devolve a mortalha
Pra morte canalha!
A morte não atina
Co?o corpo na vala
Troca a sua menina
Por um feixe de palha
Troca e sai correndo
Porque a morte, não vendo,
Também não atrapalha…
Troca e sai vendendo
Amor e Batalha
Em forma de bala