Bilionários e o beija-mão de Trump
Muitas coisas podem ser obtidas de um chefe de multinacional, desde que ele se sinta ameaçado por um Estado. Essa constatação chega a surpreender após trinta anos de discurso sobre a impotência do político
Com sua capitalização de mercado de fazer inveja a um PIB, seu domínio sobre a difusão da informação e sua onipresença nas interações sociais, os gigantes norte-americanos do setor digital terminaram parecendo mais poderosos do que os Estados. Emitir moeda (virtual) ou conquistar o espaço, seu apetite régio parecia não ter limites. Na posse de Donald Trump, bilionários das empresas de tecnologia alinham-se com as pautas da extrema direita na busca de proximidade com o poder político nos EUACrédito: Ⓒ AP pic/FTM No entanto, a submissão espetacular dos dirigentes da tecnologia a Donald Trump revela reis nus, dependentes do poder político. Jeff Bezos, chefe da Amazon, recebe dezenas de bilhões de dólares em razão de seus múltiplos contratos com o Estado federal. Mark Zuckerberg, fundador da Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp), conta com a Casa Branca para escapar das multas colossais que suas violações das regras antitruste…