Clima, uma conferência em busca do tempo perdido
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), iniciada no fim de outubro, procura traduzir em fatos o acordo assinado em Paris em 2015. Para limitar as consequências de um aquecimento já em curso, cada país deve se comprometer a reduzir drasticamente suas emissões de gases do efeito estufa nas próximas três décadas. As procrastinações do passado não permitem otimismo
Glasgow acolhe, de 31 de outubro a 12 de novembro de 2021, a 26ª Conferência das Partes (COP 26) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CQNUMC). Subscrita em 1992 durante a Conferência da Terra no Rio de Janeiro, essa convenção convoca todos os Estados a impedir “qualquer perturbação antrópica perigosa para o sistema climático”. Essa formulação atesta que os dirigentes do planeta têm consciência da gravidade das ameaças há pelo menos um quarto de século, principalmente depois da publicação, em 1990, do primeiro relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Em junho de 1988, em Toronto, as primeiras negociações sobre o tema já tinham fracassado porque os Estados Unidos impediram o acordo sobre uma diminuição negociada de 20% das emissões de gases do efeito estufa (GEE). A partir de 1995, as COPs tiveram uma frequência anual a fim de permitir aos signatários (196 países e a União…