Um redemoinho de conflitos sem fim
Desde março de 2024, o M23, um movimento rebelde congolês apoiado por Ruanda, cercou novamente Goma, a capital do Kivu do Norte. Apesar dos recursos significativos e do apoio de várias organizações regionais e internacionais, a RDC acumula derrotas militares. Por que os sucessivos acordos de paz falham sistematicamente?
Décadas de ativismo diplomático e uma longa série de acordos nacionais e regionais não foram capazes de resolver um conflito que se iniciou com a queda do presidente Joseph Mobutu Sese Seko em 1997 e só cresceu ao longo do tempo. Um quarto de século depois, a República Democrática do Congo (RDC), um país gigante no coração do continente africano, ainda não consegue impedir a interferência estrangeira, encontrar estabilidade política e acabar com o sofrimento das populações do leste, massacradas e violentadas. Inicialmente assinado em 24 de fevereiro de 2013 por onze estados – África do Sul, Angola, Burundi, Congo-Brazzaville, República Centro-Africana, RDC, Ruanda, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda e Zâmbia – e em 2014 pelo Quênia e Sudão, o Acordo-Quadro para a Paz, Segurança e Cooperação na República Democrática do Congo e na região, conhecido como Acordo-Quadro de Adis-Abeba (Etiópia), continua a ser a referência política e diplomática na…