Corrida atômica no Oriente Médio
Apesar de retomadas após a eleição de Joe Biden nos Estados Unidos, as negociações entre os países ocidentais e Teerã sobre a questão nuclear iraniana tiveram pouco progresso. Convencidos de que a República Islâmica procura ter a bomba, os países da região, encabeçados pela Arábia Saudita, também desenvolvem seus programas
“A Arábia Saudita não quer ter uma bomba nuclear. Mas, se o Irã desenvolvesse a sua, nós seguiríamos seus passos assim que possível, sem a menor dúvida.” Assim se exprimiu, em março de 2018, o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman (MBS),1 em uma clara advertência ao vizinho e rival do reino wahabita. Algumas semanas depois, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a retirada dos Estados Unidos do acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, restabelecendo as sanções de seu país contra a República Islâmica. Em resposta, esta última relançou seu programa de enriquecimento do urânio. A Arábia Saudita e o Irã, ambos em busca de hegemonia regional, opunham-se então em teatros variados, entre os quais o Iêmen. Sete anos depois, esse contexto tenso não mudou nada. Em matéria de tecnologia nuclear, o Irã permanece amplamente na dianteira, mas Riad pretende rivalizar com o vizinho. No entanto, as duas…