Desenvolvimento ou barbárie
A política, o processo que funda o convívio social, é a chave. No caso brasileiro, uma democracia forte permitirá à sociedade organizada impor recuos às forças retrógradas do neoliberalismo míope e do conservadorismo atrasado
O Brasil já não é o país do futuro. As promessas antigas desapareceram aos poucos até restarem menos do que fantasias. O trabalho, a honestidade e o conhecimento de cada homem e mulher pouco importam. De longa data, mais prestígio tem quem enriquece por qualquer caminho, republicano ou não. Chegamos a isso depois de quatro décadas e meia sem desenvolvimento econômico, ocupando jovens em empregos sem futuro, ensinando em escolas sem qualidade e classificando todos pelo nível pessoal de consumo. O país desistiu de alimentar os sonhos de seu povo quando passou a derrotar, todos os dias, quem acorda cedo em casas precárias e desvive mais da metade de seu dia entre trabalho e transporte. Pouco tempo sobra à saúde, ao amor, aos filhos. Predomina o medo, a angústia ou mesmo a raiva. Mas isso é na base da pirâmide social. Na outra ponta, seja na fazenda ou no escritório…