Diplomacia: dos programas “verdes” à realidade
Na Alemanha, o progresso eleitoral dos ecologistas e sua provável participação na próxima coalizão vão mudar a política externa do país? Na França, assim como no outro lado do Reno, exercícios de poder anteriores já colocaram em questão a primazia dada pelo programa desse grupo político à busca pela paz por meio da diplomacia
Durante a campanha para as eleições parlamentares alemãs de 26 de setembro, as questões de política externa e segurança estiveram praticamente ausentes, inclusive durante os Triell, os debates televisionados entre os candidatos. A única exceção foi a caótica retirada das tropas do Afeganistão. Na sessão parlamentar de 25 de agosto, a ecologista Annalena Baerbock, candidata a chanceler, denunciou veementemente essa “ferida moral” que, segundo ela, o governo poderia ter evitado se tivesse evacuado seus cidadãos e parceiros afegãos mais cedo, conforme solicitado pela Aliança 90/Os Verdes (Bündnis 90/Die Grünen), pelo Partido Liberal Democrata (Freie Demokratische Partei, FDP) e pelo A Esquerda (Die Linke). Com formação em Direito Internacional, Baerbock vai chefiar o Auswärtiges Amt, o Ministério das Relações Exteriores alemão, no novo governo. Tradicionalmente, esse cargo é ocupado pelo vice-chanceler, título que poderia ser reivindicado pela líder do segundo partido da coalizão em número de deputados (14,8% dos votos). Mas…