Donald Trump, um pseudocomediante de stand-up
No país de Lenny Bruce, Johnny Carson e Jon Stewart, os comediantes de stand-up havia muito repudiavam as personalidades republicanas pouco inclinadas a aceitar suas farpas. Com o tempo, as cautelas impostas em nome de um discurso mais polido permitiram ao atual presidente norte-americano apropriar-se do gênero com falas ofensivas e pouco sutis
No turbilhão de comentários que se seguiu à derrota de Kamala Harris, um tuíte chamou a atenção. O jornalista Elie Mystal observou que “os progressistas norte-americanos precisavam criar seu próprio Rogan, alguém que pudesse falar com o público a quem ele se dirige”. Três semanas antes da eleição presidencial, o podcaster Joe Rogan recebeu em seu estúdio Donald Trump para uma conversa de três horas (ver quadro). O episódio alcançou mais de 50 milhões de visualizações no YouTube, um total muito superior ao das emissões convencionais, e permitiu ao candidato republicano chegar a um público majoritariamente branco, jovem e masculino. Rogan vem do stand-up comedy, a comunidade de artesãos do riso que mistura expressões pessoais e íntimas com piadas ousadas. No entanto, o presidente norte-americano, aconselhado, de acordo com ele, por seu filho Barron, concentrou sua última campanha eleitoral nas novas mídias comandadas por humoristas. Sempre obteve audiências expressivas. Até então,…