Encontro com os pioneiros do “africapitalismo”
Com o crescimento econômico, o setor privado africano, especialmente o anglófono, constituiu fortunas. Inflando o mito liberal do sucesso individual, os atores do black business querem reduzir as abissais desigualdades do continente por meio da filantropia. Da Etiópia à África do Sul, eles associam negócios e caridade, tomando do capitalismo virtudes que ele jamais exibiu
Seu nome e rosto aparecem regularmente nas capas das revistas de economia: Aliko Dangote, Tony Elumelu, Patrice Motsepe, Mo Ibrahim, Yérim Habib Sow, Mohamed Ould Bouamatou, Jean Kacou Diagou... Esses novos magnatas da África construíram, em apenas duas décadas, impérios financeiros. Os observadores estavam acostumados às fortunas ostentatórias dos governantes e potentados do continente negro, mas chegou o tempo dos capitães de indústria do black business. Da Nigéria à África do Sul, passando pela Etiópia e pela Costa do Marfim, com idade entre 45 e 70 anos, oriundos na maior parte de família modesta, esses self-made men da África falam várias línguas (principalmente o inglês e os dialetos nacionais), percorrem o mundo em jatos particulares, convidam-se para as cerimônias dos grandes do planeta (reuniões do G20, Fórum de Davos etc.) e têm os números de telefone de alguns dos mais poderosos barões da economia mundial. Membros, em seu país de…