Espanha, quando os escritores se engajavam
Quais escritores estão se mobilizando em favor da Palestina? Esse silêncio perturbador – com notáveis exceções – marca uma ruptura com a longa tradição de engajamento que floresceu na Guerra Civil Espanhola. Na época em que Malraux, tal como Hemingway, Bernanos e Mauriac se levantaram contra Franco
(Guernica, 1937 – Pablo Picasso 1881 – 1973. Óleo sobre tela, 349,3 X 776,6 cm. Madrid, Museo Nacional Reina Sofia)
Por muitas vezes foi dito que a Guerra Civil Espanhola1tinha despertado a consciência adormecida de uma Europa indecisa. A consciência estava tão adormecida? A Europa estava indecisa a esse ponto? O Velho Mundo, em meados dos anos 30, parecia mais preocupado com a vociferação política hitleriana, que intimidava terrivelmente, mas soava irreal. Sem aviso prévio, a vociferação se calou e a Guerra Civil Espanhola começou. E então o silêncio e a expectativa daqueles que deviam ir em auxílio da República espanhola envolveram o conflito. Essa traição da democracia despertou a consciência. Era chegado o momento, segundo intelectuais do mundo inteiro, de converter a consciência em experiência.2
Durante essa terrível conflagração, comunismo de um lado e fascismo do outro, assim como utopias anarquistas de uma parte e o catolicismo mais reacionário de outra, revelaram sua face verdadeira e trágica. Esse choque engendrou uma sede irreprimível de expressão literária. A Guerra Civil Espanhola tornou-se, antes mesmo de o conflito terminar, um tema romântico na mais expressiva literatura ocidental.3
Na França houve a reação instantânea de alguns intelectuais. Mal a notícia da sublevação do exército espanhol, em 17 de julho de 1936, se tornou conhecida, uma mulher quase cega, usando óculos cuja espessura da lente surpreendia, e sem o menor conhecimento de estratégia militar, muito menos do uso de armas, foi até uma frente de batalha improvisada em Aragão e conseguiu montar no local uma brigada de vinte voluntários franceses, italianos, búlgaros e espanhóis. Essa mulher, rica, de altíssima estatura intelectual, judia, muito próxima do cristianismo, que quase morrera prematuramente na Inglaterra fugindo da perseguição nazista, foi uma das grandes pensadoras francesas do século XX: Simone Weil.
Logo depois, ainda que o governo republicano tivesse reagido de maneira confusa à insurreição do general Francisco Franco, André Malraux, por sua conta e risco, apresentou-se diante do presidente Manuel Azaña e o informou da intenção de criar uma esquadrilha aérea, composta por pilotos voluntários. A razão desse gesto? “Estou convencido”, escreveria, “que as manobras do mundo contra a liberdade acabam de começar”.
De sua experiência no comando dessa esquadrilha iria nascer um romance exemplar: A esperança. Malraux cumpriu ali o famoso desejo de todo escritor, ao conseguir traduzir literariamente fatos reais. Na primavera de 1937, coincidindo com a destruição de Guernica, surgiu esse romance precoce, um dos primeiros escritos sobre essa guerra: ele acabou sendo, sem dúvida, o que melhor resistiu ao peso dos anos. A seu respeito, o grande romancista cubano, Alejo Carpentier, também presente na Espanha na época, disse: “A consciência do herói de Malraux em A esperança é uma ação que não obedece a nenhum limite, e que provavelmente jamais o terá: nisso reside sua boa fundamentação”.
A pesquisa dos limites e da verdade foi particularmente conflituosa nos escritores católicos franceses. A guerra surpreendeu Georges Bernanos e sua família em Palma de Mallorca, nas ilhas Baleares. Nessa cidade dominada pelas forças de Franco, Bernanos, como católico, enfrentou terríveis problemas de consciência ao constatar que, em nome da cruz e de uma suposta “cruzada”, inocentes eram fuzilados. Seu livro Grandescemitérios sob a lua (1938) testemunha esse “estado de espírito”.
Bernanos, tal como François Mauriac, ou ainda Jacques Maritain, todos grandes intelectuais católicos, foram censurados e proibidos sob o “muito católico” Franco. Em contrapartida, Paul Claudel, escritor católico francês afinado com o regime franquista, foi o autor de uma lamentável Odea Franco.
Dois outros escritores colaboraram abertamente com a Alemanha nazista e tiveram fim trágico. Trata-se de Robert Brasillach e Pierre Drieu la Rochelle.
Brasillach se expressa com uma exaltação tristemente digna de pena, semelhante a alguns escritores espanhóis fascistas daqueles anos, como Rafael García Serrano, autor de Eugenio o proclamácion de la primavera. O título dos livros de Brasillach – Les cadets de l’Alcazar(“Os cadetes de Alcázar”), 1936, Le siège de l’Alcazar (“O cerco de Alcázar”), 1939 – traduzem o tom entusiasta do defensor do franquismo. Encarcerado quando da Libertação, proclamando seus ideais fascistas um pouco primitivos, foi fuzilado em 1944.
O trabalho de Drieu la Rochelle, autor da pequena obra-prima (tão profética) Le feu follet (“O fogo fátuo”), 1931, parece de qualidade bem superior. Seu romance mais conturbado é provavelmente Gilles, 1939. O protagonista, um “cristão por tédio”, considera que, diante da visão triste e ridícula de uma burguesia a se afogar em seus valores falsos, é preciso reviver a antiga e “mística Europa” pela via mais direta: o retorno ao nacionalismo. O escritor iria se suicidar em 1945.
Outro país da Europa onde a guerra espanhola despertou interesse imediato foi a Grã-Bretanha. Segundo o historiador Hugh Thomas, houve 2.300 combatentes ingleses na Guerra Civil Espanhola; entre 1936 e 1939, eles escreveram cerca de 730 romances, coletâneas de poemas e relatos para a imprensa… Isso levou Hugh Slater a qualificar o conflito de “guerra de escritores”. E Ford falava de “guerra de poetas”. De fato, alguns dos maiores poetas contemporâneos ingleses estão ligados a essa guerra, como W. H. Auden e a poesia inglesa moderna, engajada e combativa.
Entre os romances, documentos e memórias publicados durante os primeiros anos do conflito, houve muitos escritos por mulheres: Storm over Spain (“Tempestade sobre a Espanha”), de Mairin Mitchell, católica irlandesa, pró-separatistas; Search light on Spain(“Em busca da luz na Espanha”), da duquesa de Atholl, aristocrata pró-comunista; Death in the morning (“Morte ao amanhecer”) e The painted bed (“A cama pintada”), dois romances de Helen Nicholson (baronesa de Zglinitzki), totalmente pró-franquistas; Dancer in Madrid (“Dançarina em Madri”), de Janet Reisenfeld, esposa do cineasta espanhol de esquerda, Luis Alcoriza, roteirista de Luis Buñuel e diretor de importantes filmes mexicanos… Todos esses romances foram publicados entre 1937 e 1938.
Uma guerra de tragédias, não batalhas
Mas, sem dúvida, os principais representantes das letras inglesas intimamente ligados à Guerra Civil Espanhola continuam sendo Arthur Koestler e George Orwell. De origem judaica húngara, Koestler foi enviado a Paris pelo Partido Comunista soviético. E de Paris iria para a Espanha, oficialmente como jornalista. Quando os republicanos bateram em retirada em Málaga, Koestler, inexplicavelmente, permaneceu na cidade andaluza, onde foi feito prisioneiro pelos franquistas. O governo britânico interveio então e, para surpresa de todos, obteve sua libertação. Dessa experiência nasceria uma das obras mais célebres desse conflito: O testamento espanhol, publicado em 1938.
Nesse livro, que teve um impacto tremendo, Koestler define o conflito na Espanha como “uma guerra feita de tragédias, e não de batalhas”. Ele conta como, confrontado com a morte a cada dia, sob tortura do general-carrasco, encontrou a liberdade. Seus ideais comunistas, de repente, lhe pareceram maniqueístas e primários. Após sua libertação, ele tomaria a decisão de romper com o partido e iniciar o aprendizado da solidão. Então começou seu período anticomunista. Negou sua obra anterior, chegando mesmo a reescrever O testamento espanhol; e obteve, na Espanha de Franco, um sucesso muito particular com O zero e o infinito, publicado em 1940.
George Orwell, autor de Homage to Catalonia (“Homenagem à Catalunha”), de 1938, inspirou ao longo dos anos um respeito inquestionável. Tendo o fascismo, o comunismo e o anarquismo libertário desaparecido da Europa, seu livro adquiriu um significado simbólico. Foi o último grito desesperado pela sobrevivência da liberdade. É assim que, particularmente os britânicos, o consideram hoje. A prova é o sucesso de Ken Loach com seu filme Terrae liberdade, adaptação do livro de Orwell.
Quando de sua chegada à Espanha como voluntário, o escritor se alistou, um pouco por acaso, nas milícias do Partido Operário de Unificação Marxista (Poum). E ali seus ideais se tornaram realidade. Rapidamente, convenceu-se de que o Partido Comunista (PC) era a principal organização contrarrevolucionária. Ele afirmaria: “O governo republicano tinha mais medo da revolução que dos fascistas”. Em Barcelona, comunistas e anarquistas estavam se matando uns aos outros, e Orwell tirou disso uma conclusão pessimista: a unidade da esquerda era impossível “por causa da própria natureza da esquerda”. Apesar de sua decepção, ele considerou que a Guerra Civil Espanhola tinha um objetivo central, tão sagrado quanto inalienável: a liberdade.
Nos Estados Unidos, quando eclodiu a conflagração espanhola, um fervor social autêntico emanava da literatura norte-americana. Ele era especialmente palpável em autores como John Dos Passos, Richard Wright ou John Steinbeck. Os membros da Liga dos Escritores Americanos, em imensa maioria, eram fervorosos defensores da República espanhola. Eles incentivaram muitos dos compatriotas a se alistar na mítica brigada Lincoln, que devia cobrir-se de glória na frente de batalha. A imprensa, em contrapartida, não apoiou a República atacada; a poderosa cadeia Hearts (Cidadão Kane, de Orson Welles) denunciou constantemente, ao longo das hostilidades, o “terror vermelho” na Espanha.
Dois romancistas se impuseram, ambos grandes conhecedores da Espanha: Ernest Hemingway e John Dos Passos. Em 1922, Dos Passos, autor de Manhattan transfer, publicava Rosinante to the road again (“Rocinante de volta à estrada”), no qual, através do olhar inocente de um turista curioso, ele apresenta a imagem de uma Espanha não convencional. Dos Passos retornou à Espanha em 1937 para escrever o comentário sobre o filme de Joris Ivens, The Spanish earth (“Terra de Espanha”). Mal pôs os pés em solo espanhol, descobriu que seu amigo, o professor José Robles, fora executado pelos comunistas.
Na sequência desse trágico incidente, também ele renegou o marxismo. Abandonou o filme de Ivens e retornou aos Estados Unidos, onde escreveu um romance violento: Adventures of a young man(Aventuras de um jovem), 1939. Ele traça a evolução de Glenn Spotswood, jovem sindicalista convicto que num dado momento começa a desconfiar da conversa evasiva do PC, de seus métodos semelhantes à doutrinação religiosa. No entanto, no momento da verdade, ele se oferece e se alista nas Brigadas Internacionais. Após chegar à Espanha, na frente de batalha, vê-se acusado e preso por uma alegada simpatia pelos trotskistas. Uma vez libertado, retorna para a batalha e acaba morto em uma missão suicida. Dos Passos escreveria: “Numa época de ideologias enganadoras, a esperança de um homem de boa vontade não tem lugar na ação coletiva”.
A posição de Hemingway em Porquem os sinos dobram (1940) é mais ambígua. Seu herói, Robert Jordan (interpretado por Gary Cooper, no filme de Sam Wood), é, como em seus outros romances, um personagem com quem o autor teria gostado se parecer. Ao despojar o personagem de qualquer matiz ideológico, Hemingway só lhe deixa a honestidade para enfrentar a guerra que será “a aventura de sua vida”.
Cerca de 3 mil norte-americanos lutaram nas Brigadas Internacionais, entre eles escritores muito jovens e notáveis. Dos que tombaram em combate, não podemos esquecer dois jovens poetas: Sam Levinger, morto em Belchite, e Joseph Seligman, na batalha de Jarama. Tinham 20 anos.
Entre os escritores soviéticos, um nome chama a atenção: Ilya Ehrenburg, sobre quem Hemingway escreveu: “Parecia que ele estava fazendo a guerra por sua conta”. Ele escapou milagrosamente de todos os expurgos stalinistas. Como ele mesmo confessou em suas preciosas Memórias, ninguém o mandou para a Guerra Civil Espanhola; ele já estava lá por ser amigo de Rafael Alberti, Pablo Neruda… Ehrenburg foi antes de tudo um escritor. E um dos grandes jornalistas do nosso tempo. Ele se autoproclamou correspondente dos jornais Izvestia. Visitara a Espanha desde 1930 e depois publicara Espanha, república de trabalhadores. No final de 1937 escreveu O que o homem precisa, um romance curto, curiosamente parecido com A esperança, de Malraux. Suas Memórias constituem seu verdadeiro testamento; nelas relata em detalhe os debates intelectuais em torno da Guerra Civil Espanhola. Como ele pôde escapar dos expurgos de Stalin? Muitos outros – Babel, Pilniak, Koltsow – não tiveram essa sorte.
Por seu lado, os escritores alemães, fossem eles comunistas, como Ludwig Renn, ou próximos aos fascistas, como Ernst Jünger, não viam na Guerra Civil Espanhola nada além da pura alegoria de um esforço inútil. Segundo eles, a Espanha era um país tomado pela anarquia (eles queriam dizer desordem e caos), que consumia a si mesmo.
O futura da humanidade em jogo
O grande dramaturgo de esquerda, Ernst Toller, exilado nos Estados Unidos, embarcou em julho de 1937 para a Espanha, transbordando de esperança, para assistir ao célebre Congresso dos Intelectuais Antifascistas de Valência. Lá, tomou consciência da crise de seus ideais. De volta aos Estados Unidos, diante da indiferença do governo norte-americano perante a tragédia europeia, cometeu suicídio na solidão e no esquecimento.
De seu exílio nos Estados Unidos, Thomas Mann lutou alertando para o fato que na Europa se estava colocando em jogo o futuro da humanidade. Imbuídos dos mesmos sentimentos, seus filhos, Erika e Klaus, cheios de fervor, decidiram partir para Espanha. Queriam testemunhar o drama e defender, também eles, a liberdade. Nem Klaus nem Erika eram levados muito a sério pelos intelectuais nova-iorquinos da época. Ambos foram depois reabilitados. Em 1952, após o suicídio de Klaus, foram publicadas suas memórias, Der Wenderpunkt (“A virada”), em que relata sua longa estadia na Espanha em guerra como uma das experiências que deram sentido à sua vida.
Os escritores católicos alemães, como a maioria dos franceses, adotaram, ao contrário do que geralmente se pensa, uma posição radicalmente antifascista, condenando os totalitarismo anticristão: “Deus ama o mundo em sua totalidade, porque ele é imperfeito”. É sob essa ótica que age o personagem principal de Wir sind Utopia (“Somos utopia”) (1942), de Stefan Andres. Tendo por base o modelo de Blanche de la Force que, infiel por medo, aceita a própria morte e a de seus companheiros como única salvação diante de Deus, Paco, um renegado carmelita, chega diante de seu antigo mosteiro (convertido pelos republicanos espanhóis em cadeia para os presos franquistas prestes a ser executados) e permite que fuzilem os prisioneiros, quando poderia libertá-los. Ele próprio se imola, após ter absolvido todos os seus companheiros, porque esse poder lhe foi dado por Deus…
A contribuição da literatura alemã também inclui um trabalho que, desde o final da guerra, não deixou os teatros do mundo: Die Frau Gewehr der Carrara (“Os fuzis da senhora Carrar”), de Bertolt Brecht. Os gritos de indignação de Teresa Carrar se insurgem contra a mentira e a hipocrisia dos países democráticos e sua neutralidade fictícia diante do conflito espanhol.
Há poucos traços literários dessa guerra na Itália de Benito Mussolini. Essencialmente, dois romances: Michele a Guadalajara (“Michele em Guadalajara”), de Francesco Jovine, e especialmente L'antimonio (“O antomônio”), do grande Leonardo Sciascia. Ambos contam a história de jovens que, enganados pela propaganda fascista, se engajam na força expedicionária italiana. Eles vão descobrir, na frente de batalha espanhola, a triste verdade social, crua e violenta, do fascismo, enquanto na Itália as coisas são maquiadas de maneira teatral. Um autor italiano, entretanto, vê nesse conflito um ponto de mutação na história: Elio Vittorini, em seu Conversazionein Sicilia (“Conversa na Sicília”), publicado em 1939 na semiclandestinidade. Esse livro marca o início da literatura italiana do pós-guerra.
A lista poderia continuar: escritores nórdicos, latino-americanos, asiáticos e africanos também participaram na Guerra Civil Espanhola. Esse conflito separou o mundo entre fascistas e antifascistas, cisão básica que dividiu também o universo dos intelectuais, especialmente na esfera literária. Em sua imensa maioria, os escritores optaram por defender a República e seus valores diante daquilo que, a seu ver, se apresentava como o principal perigo dos anos 30, ameaçando seu próprio país e a criação artística: o nazismo antropófago e liberticida.
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"A Guerra da Espanha é uma carnificina" Por Georges Bernanos
Lamento chamar de ossário ou cloaca um país antigo, não carregado, mas esmagado pela história, onde homens vivos sofrem, lutam e morrem. Os mesmos pobres de espírito que fingem indignar-se poderiam ter me convencido de sacrilégio em 1915, pois, como muitos colegas, eu já havia julgado a guerra, a famosa guerra do direito, a guerra contra a guerra. As matanças que se preparam não são de outra espécie, mas como elas requerem um número maior, ou melhor, a totalidade dos valores espirituais indispensáveis, o caos que resultará disso será ainda mais repugnante, suas fossas mais fétidas.
Os homens? Pouco importam os homens se seu sacrifício for em vão. Há as intenções. O que importa se as más anulam as boas, e se as boas, divididas entre os dois campos inimigos, se opõem entre si e finalmente se devoram? A pátria é uma ideia santa. Mas quando, em nome da pátria, vocês tiverem semeado o ranho e o tifo por muito tempo, o que restará da pátria e do patriotismo, imbecis!
A guerra da Espanha é uma carnificina. É a carnificina dos princípios verdadeiros e falsos, das boas e das más intenções. Quando elas tiverem cozinhado juntas no sangue e na lama, vocês verão o que se tornarão, vocês verão o caldo que mexeram. Se há um espetáculo digno de compaixão, é o desses infelizes acocorados há meses em torno do caldeirão de feiticeiro, espetando seu garfo, cada qual se gabando do seu pedaço – republicanos, democratas, fascistas e antifascistas, clericais e anticlericais, pobres pessoas, pobres diabos. À sua saúde!
Les Grands Cimetières sous la lune (Os Grandes Cemitérios sob a Lua). Paris: Plon, 1938.