
Desencarceramento como política de saúde
Desencarceramento |
Este especial, uma parceria Le Monde Diplomatique Brasil e Radar Saúde Favela (Fiocruz), coloca no centro de suas reflexões o encarceramento e a produção da morte. Os artigos aqui reunidos evidenciam que o desencarceramento e, mais amplamente, a abolição das prisões, é a única política de saúde realmente eficaz tendo em vista o cenário do sistema carcerário. Rememoramos, ainda, o Massacre do Carandiru, presídio em que, no início dos anos 1990, os presos já morriam por distintas enfermidades. O efeito do conjunto é claro: prisão e morte são indissociáveis.

A memória viva do massacre
Na tarde de 02 de outubro de 1992, por volta das 14h, uma briga entre dois detentos do Pavilhão 9 resultou em uma rebelião. A polícia militar foi chamada para conter o conflito. Após tentativas frustradas de negociação com os presos, o desfecho da ação policial, que ficou conhecido como o Massacre do Carandiru, foi a morte de 111 detentos.

Sobre viver, apesar das grades
Desde 1998, a Amparar trabalha com o acolhimento e o fortalecimento de pessoas afetadas pelo sistema de justiça criminal. Abaixo, compartilhamos algumas de suas vozes no esforço de pensar o cuidado, a saúde e o desencarceramento como parte de um projeto comum de luta e valorização da vida.

Por uma prática de saúde abolicionista
Uma política de saúde eficaz aponta para a derrubada dos muros, dos limites, para o desmanche das grades que se apresentam como determinantes no processo de saúde-adoecimento-morte das pessoas, seus familiares e comunidades. O desencarceramento se apresenta como uma política pública de saúde, um primeiro passo para uma prática abolicionista.

O caminho da morte
Analisar as mortes ocorridas dentro do sistema prisional indica, contraditoriamente, muito mais, como se (sobre)vive em uma prisão no Rio de Janeiro.

O significado de ter um familiar encarcerado
Quando se descobre como é a realidade do sistema prisional, como ele funciona, é o início de um processo de adoecimento, principalmente para a mãe de quem está no cárcere.