Estamos aqui
Seis meses após o cinquentenário de sua fundação, o Reunião Nacional se tornou o maior da França. Suas prioridades ideológicas – endurecimento penal, combate aos imigrantes e “assistidos” – já inspiram as políticas do presidente Emmanuel Macron. No entanto, a extrema direita se alimenta há muito mais tempo da falta de compromisso e das acomodações dos partidos no governo
O Reunião Nacional [Rassemblement National, RN] no centro do jogo, a ordem política desfeita: como chegamos até aqui? Decidida por Emmanuel Macron após o escrutínio europeu de 9 de junho, em que o partido de Jordan Bardella reuniu o dobro de votos do presidente, a dissolução da Assembleia Nacional não pune apenas o amargo fracasso de um extremo centro convencido de que se governa um país como se administra um banco, nem mesmo a derrocada do personagem impulsivo e arrogante que se pretendia um bastião contra a extrema direita antes de abrir-lhe as portas do poder: “Se ganharmos, eles desmoronarão no dia seguinte. Não tenho dúvida”, afirmou Macron em Saint-Denis, em 20 de março de 2017. O capricho do presidente, na verdade, encerra um longo ciclo de hipocrisia que consiste, para os governos que se sucederam desde que a extrema direita ganhou força, em denunciar os efeitos cujas causas eles…