Etanol: subsídios para o debate
As previsões de encarecimento do petróleo e o espectro das mudanças climáticas impulsionam a produção brasileira de etanol de cana-de-açúcar. Mas a forte diferença entre o custo e o preço do produto constitui um de seus calcanhares de Aquiles
O etanol da cana-de-açúcar é, no momento, a grande celebridade no mundo da energia. O que o coloca no centro das atenções de chefes de Estado e modernos capitães de indústria é uma confluência de oportunidades, para as quais muito contribuem suas características próprias, como a alta produtividade agrícola, o balanço de carbono extremamente positivo na substituição das fontes fósseis de energia, e uma forte adequação ao desenvolvimento tecnológico no futuro imediato. A esses aspectos soma-se ainda um fator de atração irresistível ao grande capital: uma enorme diferença entre seu custo de produção e o seu preço potencial no mercado de combustíveis. O contexto econômico Um rápido olhar pelo mundo mostra que não só o etanol da cana-de-açúcar se encontra em ascensão entre os combustíveis líquidos. O mesmo ocorre com o etanol da beterraba na Europa, os óleos impregnados em areia no Canadá, a transformação de carvão mineral em óleos…