Fim de mandato caótico para o presidente francês
Há seis meses, a obstinação de Emmanuel Macron em ignorar o desagrado eleitoral de que foi alvo provoca uma situação de impasse político e instabilidade ministerial. Para se manter no poder, ele busca criar uma coalizão de “terceira força”, indo da direita ao centro-esquerda. Ao escolher François Bayrou como primeiro-ministro, o presidente francês estaria gastando seu última cartucho?
Em 11 de setembro de 2024, Emmanuel Macron lembrou um princípio elementar diante do Conselho de Estado: “O povo hoje soberano se expressa pelo sufrágio, que sempre se deve levar em conta, pois é o elemento primordial de toda democracia”. Dois meses antes, o presidente da República havia sido severamente desautorizado pelos franceses em dois pleitos consecutivos: as eleições europeias e as legislativas. Ele prometeu então ao “povo soberano” que mudaria sua postura? Tal sabedoria parece estar acima de suas forças: em 12 de dezembro, após tentar em vão colocar um de seus aliados como primeiro-ministro, Macron nomeou François Bayrou, político que, ao apoiar sua candidatura em 2017, contribuiu decisivamente para sua eleição ao Palácio do Eliseu. Desde então, Bayrou apoiou todas as “reformas” macronistas, incluindo a mais rejeitada pelos franceses: o aumento da idade de aposentadoria. Em suma, tudo se move, mas nada muda. As instituições da Quinta República…