Igualdade: o dinheiro é o limite
Sem dúvida, ter como pré-candidatos à presidência um negro e uma mulher é um avanço para os Estados Unidos. Mas para além do valor simbólico, nenhum dos dois concorrentes quer discutir o que de fato causa desigualdade social nos Estados Unidos: a injusta distribuição de renda
Pela primeira vez na história dos Estados Unidos, um negro tem chances reais de chegar à presidência da República. E como não podia deixar de ser, a discussão racial é um dos pontos mais presentes da campanha de Barack Obama. Dois momentos foram particularmente decisivos para o pré-candidato democrata. Um deles ocorreu na noite de sua vitória nas primárias da Carolina do Sul, em janeiro, quando a multidão pró-Obama começou a entoar "raça não importa", respondendo a alguns comentários de Bill Clinton sobre o peso do voto negro. "Lá estávamos nós", descreveu o romancista Ayelet Waldman, "no coração do velho Sul, onde as bandeiras confederadas ainda tremulam perto de estátuas do governador Benjamin Tillman - que notoriamente se vangloriava por manter os negros longe do sufrágio -, cantando ?raça não importa, raça não importa?. Brancos e negros. Latinos e asiáticos. Todos unidos em nossa rejeição à política usual. Unidos em…