Índia, Paquistão e o novo tabuleiro afegão
A saída das tropas norte-americanas do Afeganistão criou um novo “grande jogo” entre as potências que buscam se ajustar às realidades geopolíticas regionais sempre em movimento. Para a Índia, que vem reforçando suas parcerias no Indo-Pacífico, especialmente com os Estados Unidos, o caso afegão continua desafiador, intensificando as disputas que pesam em suas relações com o Paquistão e a China
Após a retirada dos Estados Unidos e a restauração do Emirado Islâmico do Afeganistão, a vitória do Talibã só fez agravar a crise humanitária de uma população já exausta por quarenta anos de conflito, ao mesmo tempo que fica cada vez mais clara a ameaça do braço regional do Estado Islâmico (Daesh, na sigla em árabe): o Estado Islâmico – Khorasan (EI-K). Obviamente, as grandes potências já fazem suas manobras para se adaptar às realidades geopolíticas regionais, ainda movediças, visto que até o momento o novo regime não foi reconhecido por nenhum país. Enquanto o “grande jogo” do século XIX e início do século XX, travado entre os impérios britânico e russo, desenrolava-se em um momento no qual o império chinês perdia força, o jogo atual se desenvolve diante de uma China em uma posição de força inédita, embora não onipotente. Quanto à Índia, o retorno do Talibã colocou-a em…